O QUE FAZER PARA MELHORAR A EDUCAÇÃO PÚBLICA

EDUCAR É UM ATO DE AMOR!

A EDUCAÇÃO É O PRINCIPAL ANTÍDOTO PARA COMBATER A DESIGUALDADE SOCIAL.
Luiz Rocha

Função da escola

O desafio das escolas comum e especial é o de tornar claro o papel de cada uma, pois uma educação para todos, não nega nenhuma delas. Se os compromissos educacionais dessas não são sobrepostos, nem substituíveis, cabe a escola especial complementar a escola comum, atuando sobre o saber particular que invariavelmente vai determinar e possibilitar a construção do saber universal.

sábado, 16 de abril de 2011

A IMPORTÂNCIA DO REFORÇO ESCOLAR

A IMPORTANCIA DO REFORÇO ESCOLAR


Na maioria das escolas sejam elas públicas ou privadas, é comum a realidade de grande parte dos educandos com enormes dificuldades de aprendizagem, esses alunos se sentem inferiores por não acompanhar o ritmo da turma. É com esse propósito que o reforço escolar vem romper as barreiras da desigualdade de raciocínio, auxiliando o professor a fazer com que os educandos adquiram as competências almejadas. A falta de assimilação do que o professor fala e explica por parte dos alunos, tem gerado um debate de alta relevância, já que a aprendizagem é o ponto chave para o desempenho de tudo. Procurando buscar subsídios para fazer acontecer a aprendizagem, percebeu-se que se precisava de algo diferente capaz de estimular o gosto pela escola. O reforço escolar tem por objetivo a aprendizagem dos educandos em nível de desigualdade com o ritmo da turma, consolidando e ampliando os conhecimentos, enriquecendo as experiências cultuais e sociais, para assim ajudá-lo a vencer os obstáculos presentes em sua aprendizagem.

PARA QUE REFORÇO ESCOLAR

O conhecido “Reforço Escolar” se torna melhor quando é compreendido e identificado como Apoio Paralelo Individualizado. Tal apoio, na verdade, é uma assistência ao aluno, que visa superar as dificuldades sinalizadas e/ou reveladas diante de qualquer área da composição curricular bem como de qualquer tema ou conteúdo em estudo. O Apoio Paralelo Individualizado é decorrente da visão que o educador tem acerca da avaliação da aprendizagem; é um recomeço para se alcançar um objetivo traçado anteriormente. Por isso, o momento certo para intervir, para “reforçar”, assistir paralela e individualmente se torna aparente quando o educador percebe que o aluno não está acompanhando o que está sendo trabalhado. O “Reforço Escolar” é necessário desde a primeira semana de aula, quando o profissional (educador) realiza o diagnóstico da turma. Todo educador deve ter claro o que se pretende trabalhar a cada período, o que é pertinente à faixa etária (série) da turma e, assim, a partir da diagnose, identificar se pode iniciar os conteúdos programados ou se é preciso outro ponto de partida. Em se tratando de uma ou mais crianças com déficit de aprendizagem, o que deve ser planejado é o atendimento individualizado – em horário (dia) diferenciado – para que seja trabalhada a dificuldade do aluno e o mesmo permaneça acompanhando a sua turma no horário normal de aula.

Diante do contexto de déficit de aprendizagem, escola e família devem ser parceiras inseparáveis, mas a realidade acaba por revelar que sempre a escola assume quase toda a responsabilidade. O Apoio Paralelo Individualizado é sempre executado pelo professor e aluno, porém, deve ser sistematizado com a direção e assessoria pedagógica da escola em parceria com os pais. Em casa, a família deve acompanhar a criança no que diz respeito à orientação diante das atividades solicitadas pela escola. Em suma, o RE deve ser realizado em conjunto com os pais, diretoria da escola, professor e aluno. Para concretizar a atividade, é importante que o aluno seja assistido nos momentos individualizados com atividades que favoreçam a superação de suas dificuldades. Se está numa série em que o conteúdo inicial é multiplicação e o mesmo não compreende a adição (juntar quantidades), jamais compreenderá o significado de multiplicar (no sentido de operação). Em situações como essa, é imprescindível o RE (API - Apoio Paralelo Individualizado) para que a criança consiga multiplicar e acompanhar a sua turma e se sinta parte integrante desse grupo.

Para o Reforço Escolar se tornar eficaz, é preciso ser realizado em curtos intervalos. O processo que espera os resultados das verificações da aprendizagem (testes e provas) da unidade, ou semestres, não permite ao aluno a superação das dificuldades e ainda sobrecarrega-o com mais conteúdos. De forma contínua e paralela (avaliação diária), é vantajoso tanto para o aluno quanto para o professor, porque o estudante melhora e o processo de ensino-aprendizagem pode ser dado continuidade, atendendo o objetivo esperado. Porém, se realizado no final do semestre ou por avaliação de unidade, haverá lacunas, pois foi permitido o acúmulo de informações sem significação, por conta da incompreensão diante dos temas anteriores

Para que o reforço escolar tenha êxito, é necessário bastante cuidado como planejamento, definição de metas, escolha de alternativas envolvendo os educandos, e principalmente, como já foi dito, a união de pais escola e comunidade para assim ser uma ação articulada em conjunto. O reforço tem que fazer parte do plano pedagógico da escola e desenvolvido na própria escola pelos professores em um horário diferente do turno das aulas normais, deve ter características diferentes das aulas, más, ao mesmo tempo uma integração entre elas, para que o educando seja estimulado a aprender de forma nova. Durante as atividades de reforço escolar, é possível desenvolver um conjunto de atividades bastante amplo, atividades que interessem os alunos pelo novo, más que faça parte do seu dia-a-dia, dando assim um sentido ao que aprender, assim fazendo com que as atividades aconteçam de forma contínua, ou seja, mesmo que o aluno esteja em casa, na rua, na igreja, etc. ele aprenderá e fará relação do que ver com a sala de aula, pois quando um conhecimento tem sentido na sua vida, se faz relação do conteúdo com o cotidiano.

As avaliações são instrumentos do RE; meios que permitem detectar necessidades de apoio ou não para a criança e o rever das práticas educativas utilizadas pelo professor-educador. O reforço escolar deve ser visto como apoio significativo ao processo educacional e não como ação que impulsiona comparativos entre prós e contras. Até porque não é uma atividade de “banca escolar”, na qual muitas vezes é caracterizado por ensinar à criança as atividades que a escola passou e os pais não têm tempo, paciência ou domínio dos conteúdos. Entretanto, é, sim, um Apoio Paralelo individualizado no qual deve ser trabalhado dificuldades, o que não foi compreendido, o que é um entrave para a criança. Não há necessidade de uma hora por dia, mas uma vez por semana, ou quinzenalmente – de acordo com a quantidade de áreas da composição curricular (só Matemática ou Língua Portuguesa e Ciências), ou temas.

As técnicas devem ser diversificadas de acordo com o(s) tema(s) que necessita(m) de Apoio Paralelo. Porém, diferente do que já vem sendo trabalhado em sala de aula, porque as crianças são diferentes e as informações não chegam da mesma forma para todos. Exemplo: se a criança não compreende pontuação e o tema já foi explanado de forma expositiva no quadro em sala de aula, por diversas vezes, no reforço o professor-educador deve sistematizar situações contextualizadas que evidenciem as pontuações. Não deve simplesmente desejar nesse momento que o aluno saiba nomear cada sinal, mas, sim, que ele perceba os sinais em diferentes textos, histórias, frases, até porque as “pontuações” só existem em contextos e produções. Obs.: se não há identificação, domínio e compreensão em relação aos sinais de pontuação, como esperar que o aluno construa e produza textualmente? Se o Reforço Escolar for compreendido pelo mediador como deve ser, não há dúvida de que dificuldades serão sanadas, habilidades despertadas, aprimoradas e desempenhos visíveis.

O SUCESSO ESCOLAR PELA VIA DO REFORÇO ESCOLAR

Os alunos que participam do reforço escolar sempre apresentam avanços em sua aprendizagem, pois tiveram voltados pra si a atenção necessária para desenvolver-se. Muitas das vezes os regentes de ensino não se preocupam com os alunos com nível de aprendizagem baixa, e vão seguindo ministrando suas aulas como que eles fossem invisíveis, o que piora a situação na maioria, pois as dificuldades são acumuladas e os alunos passam a se ver como incapazes. É nessa proposta que se dá importância da observação dos educandos, o professor precisa conhecer bem seus alunos, para assim identificar as principais dificuldades enfrentadas por eles e descobrir a melhor maneira de barrá-las. São muitas as maneiras de deixar uma aprendizagem mais criativa, jogos, músicas, livros, passeios, histórias, etc. São apenas poucas das inúmeras formas de ludicidar o aprender, e cabe ao educador encontrar a melhor maneira, pois só ele é capaz de conhecer seu aluno.

Professores com boa formação, experiência e um treinamento direcionado fazem toda a diferença no nível de qualidade que um serviço terá. Muitas aulas de reforço escolar são dadas por professores que ainda não se formaram ou que tem formação acadêmica diferente das matérias que ministram. O acompanhamento escolar tem muita importância para o bom desenvolvimento educacional e emocional de muitos jovens e crianças. Principalmente quando ele é encarado como uma proposta integral, onde o aluno é acompanhado e assistido em diversos aspectos. Essa integralidade de assistência só pode ser alcançada quando o professor tem o auxilio de outros profissionais, formando assim um trabalho multidisciplinar. Além da assistência de outros especialistas, é importante que esse professor tenha a sensibilidade de acolher e saber lidar com as sugestões e propostas de seus colegas. Logo, um trabalho diferenciado necessita de uma estrutura onde existam profissionais capacitados, bem selecionados, bem treinados e com assistência adequada

É senso comum relacionar insucesso escolar com reprovações. Diz-se que há um grande insucesso quando as reprovações abundam. A este simplismo se tem reduzida a ideia de insucesso escolar. Será, no entanto, assim? A resposta desde já se adivinha negativa. Na verdade, a problemática do insucesso escolar é complexa e multiforme. Daí uma primeira necessidade, antes mesmo de descrever esta realidade: a de analisar as causas e as relações com outros aspectos da vida escolar e do meio social. O fenômeno "insucesso escolar" não é redutível à sua visualização imediata, devendo ser tomado como algo complexo que resulta de disfuncionalidades presentes no indivíduo, escola e sociedade e ainda da forma como estas três entidades se articulam. O (in)sucesso escolar numa das entidades referidas tenderá a transferir-se para as outras, o que torna difícil discernir e equacionar as suas causas quando nos reportamos apenas a uma delas. Como é evidente, o tipo de conhecimento que se tem sobre um determinado fenômeno irá influenciar, de forma determinante, as políticas tendentes à sua resolução. Para começar é bom que se diga que não existe um, mas vários insucessos escolares. Depende tudo da perspectiva: insucesso em relação a quê? em relação ao aluno ou em relação à escola?

MAS O QUE É INSUCESSO ESCOLAR?

A educação escolar tem como finalidade instruir, estimular e socializar os educandos. Ou seja, visa à aquisição de determinados conhecimentos e técnicas (instrução), o desenvolvimento equilibrado da personalidade do aluno (estimulação) e a interiorização de determinadas condutas e valores com vista à vida em sociedade (socialização). Se algum desses objetivos, que constituem outras tantas dimensões da educação, não é atingido, pode dizer-se que há insucesso na educação escolar. Sendo assim, os dados referentes à percentagem de reprovações no ensino são por si só insuficientes para caracterizar o insucesso escolar. Eles dizem que houve insucesso em relação à instrução, mas não permitem diretamente concluir que este insucesso também se verifica nas outras dimensões educativas. Todavia, não deixa de ser sintomático que muitas análises correntes tomem como elemento de referência do insucesso dados referentes à instrução escolar. Isso revela que na escola é valorizada a instrução em detrimento de uma concepção mais ampla de educação onde a dimensão personalista (formação de uma personalidade equilibrada, estimulação das potencialidades individuais) e a dimensão socializadora (criação de hábitos de cooperação, espírito crítico, participação em decisões comuns) são claramente subalternizadas. Frequentemente acontece que essas dimensões não são tomadas em consideração num juízo global sobre o (in)sucesso escolar, quando realmente elas são essenciais para caracterizar a eficácia do projeto educativo.

Regra geral são sinais indicadores de que educador está perante uma situação passageira, quando o aluno revela sofrimento e desgosto pelo seu fraco rendimento escolar, quando apresenta sintomas depressivos, mas tenta resolver ativamente o problema, pedindo ajuda e se mostra desejoso de aproveitar. Também é um indicador positivo o fato de haver alternâncias no seu rendimento, pequenas melhorias seguidas de recaídas, o que quer dizer que o sintoma não está estruturado rigidamente, pelo contrário cede em determinados momentos. Por outro lado, são sinais indicadores de uma situação que tende a tornar-se permanente, quando, para encobrir o seu fraco rendimento escolar, o aluno não expressa sofrimento e desgosto, antes procura todo o gênero de justificações e desculpas, geralmente não adequadas à realidade. Parece não ter consciência das suas dificuldades, não sabe que há tarefas ou trabalhos a realizar, nem como realizá-los. É incapaz de informar das suas atividades escolares. Não procura soluções nem pede ajuda e, se a tem, não a aceita, tomando sempre atitudes negativas perante qualquer tipo de solicitação ou trabalho escolar. Além disso, não se notam indícios de melhoria, antes o educador enfrenta uma situação permanente com ligeiras variações.

A tolerância da criança à frustração é muito mais fraca que a do adulto. Por isso, perante a depressão ou qualquer tipo de sofrimento, as defesas, geralmente, são muito fortes. As crianças rejeitam o insucesso. No seu comportamento não se vislumbra a sua aceitação. Muitas vezes desviam a agressão para o trabalho escolar, menosprezando-o ou desvalorizando-o, para evitar sentimentos insuportáveis de frustração e de impotência. Com as suas atitudes provocantes ou indiferentes defendem-se de uma depressão muito profunda. A vivência do insucesso escolar é sentida como uma ameaça, como um perigo interior, como uma fonte de sofrimento de que precisa defender-se.

No ambiente familiar costumam ser considerados como confusos, preguiçosos, distraídos, incapazes de concentrar-se nas tarefas que têm de realizar, em suma, sem interesse nem responsabilidade. Essas crianças sofrem, amiudadamente, uma forte pressão ambiental, em que se misturam lisonjas, promessas, ameaças, etc. Na escola reproduzem-se situações semelhantes, acrescidas, regra geral, de problemas de comportamento, de indisciplina, de atitudes e gestos que têm por finalidade o chamar à atenção, etc.

COMPORTAMENTOS TÍPICOS DE ALUNOS COM INSUCESSO ESCOLAR

Segundo Elizabeth Munsterberg, as crianças que têm graves dificuldades de aprendizagem revelam algum dos seguintes tipos de comportamento e, geralmente, dois ou três: 1. Desassossego: hiperatividade, distração. 2. Pouca tolerância à frustração: incapacidade de aceitar um insucesso ou uma crítica, hipersensibilidade. 3. Irritabilidade: pouco controle interior, impulsividade, birras. 4. Ansiedade: tensão, constrangimento. 5. Retraimento: passividade, apatia, depressão. 6. Agressividade: comportamento destrutivo, murros, mordidelas, pontapés. 7. Procura constante de atenção: absorvente, controlador, impertinente. 8. Rebeldia: desafio à autoridade, falta de cooperação. 9. Distúrbios somáticos: gestos nervosos, dores de cabeça, dores de estômago, tiques, chupar o dedo, tamborilar com os dedos, bater com os pés, puxar ou enrolar o cabelo. 10. Comportamento esquizóide: passar despercebido, falar sozinho, contato com a realidade desorganizado e fraco, comportamento estranho. 11. Comportamento delinquente: roubar, provocar incêndios. 12. Autismo: incapacidade de relacionar-se com os outros, inconformista em último grau, procura da satisfação dos impulsos interiores chegando mesmo à rejeição do mundo exterior, inflexibilidade extrema, inadaptação, incapacidade de aprender pela experiência, falta de afeto, incapacidade de comunicar verbalmente.

• Além da repetência e do abandono, são indicadores de insucesso escolar tudo o que é revelador de mal-estar da criança, do adolescente ou do jovem na instituição escolar, bem como o fato de terminada a escolaridade, não se desencadear a capacidade de mobilização dos conhecimentos adquiridos, a curiosidade ou o desejo de conquista de maior cultura, tudo isto mostra que a educação não se cumpriu. Assim, entre outros fatos, o desinteresse pelas atividades escolares, a agressividade exagerada para com os outros elementos da comunidade escolar, as destruições, a delinquência, devem constituir, para a instituição, verdadeiros sinais de alarme. Também são sintomas de que algo não está bem o fato de o estudante não se desenvolver, não atingir o máximo das suas potencialidades, não desejar ou não poder prosseguir nos seus estudos.

• Sair da escola com conhecimentos que se revelam inúteis, seguir um curso de que não se gosta, fazer um trabalho violentado ou não encontrar emprego, são também sintomas que se situam, é certo, no âmbito de um sistema mais vasto, mas é esse sistema de que a escola faz parte e em que intervém com grandes responsabilidades. Por outro lado, "o êxito gera o êxito e o fracasso de hoje prepara o fracasso de amanhã". Com efeito, quando cada um aspira a um reconhecimento positivo do seu valor, e como tal, se o "atestado público" passado pela escola diz que o aluno é bem sucedido, ele vai acreditar nas suas próprias possibilidades. O sentimento de que será capaz vai crescendo dentro de si, a vontade de conseguir se fortalece, as suas aspirações aumentam. Inversamente, se o aluno é reconhecido pela escola como "não tendo êxito" há muitas possibilidades de nele se desenvolver um sentimento de dúvida de si próprio. Por outro lado se o desinteresse é total por parte do aluno, é-lhe indiferente que seja reconhecido ou não, pois o seu objetivo é estar em todos os locais menos na escola.

• Aquele sentimento, que pode ir até uma profunda interiorização de que não é capaz, conduz a uma drástica diminuição de aspirações. Tudo isto tem, obviamente, reflexos no comportamento presente e futuro do aluno. A visão que cada um tem de si próprio e do mundo é profundamente marcada pelo sucesso ou pelo insucesso. O sentimento de frustração, de falta de confiança em si mesmo, por vezes é tão intolerável que força o adolescente ou o jovem a procurar refúgio na droga e mesmo, em casos extremos, na morte. Outras vezes, o aluno procura afirmar-se e demonstrar os seus poderes fora da Escola através de atividades mais ou menos marginais.

INDICADORES DO INSUCESSO ESCOLAR - INTERNOS

É possível dividir os indicadores do insucesso escolar em indicadores internos e indicadores externos, consoante se localizem intrinsecamente ou extrinsecamente em relação ao aluno. • A repetência: inexistente em grande parte dos países europeus. Mesmo naqueles em que se utiliza, sob diferentes modalidades, como processo de recuperação, é vista como um mal necessário e, sobretudo, como um indicador de insucesso; • Os resultados dos exames: se a tendência atual é a de reduzir a frequência de exames dentro da escolaridade obrigatória, nalguns países é o exame que permite a obtenção dum diploma e/ou o prosseguimento de estudos; • A distribuição dos alunos por diversas vias: tem por base as diferenças de nível entre os alunos; • O atraso escolar: correlação entre a idade do aluno e o ano de estudo que frequenta; • O absentismo: quando resultante do desagrado pela escola; • O abandono: frequentemente traduz a rejeição da escola por parte de quem se sente excluído por ela; • O sentimento pessoal: a auto-imagem de insucesso que o quotidiano escolar vai ajudando a construir e que muitas vezes precede qualquer dos indicadores antes referidos.

INDICADORES DO INSUCESSO ESCOLAR - EXTERNOS

A distribuição dos alunos pelos cursos pós-escolaridade obrigatória, fenômeno semelhante ao que se verifica quanto às vias paralelas na escolaridade obrigatória. O acesso a determinados cursos é condicionado pelos resultados anteriormente obtidos e mesmo a preferência por uma via profissionalizante é vista como sinal de insucesso. • Dificuldades de inserção na vida ativa, que podem também traduzir o desajustamento da preparação proporcionada pela escola às exigências do mundo de trabalho. • Desemprego dos jovens que, embora utilizado como indicador de insucesso, não deixa de também significar falta de emprego e inadequação das formações às necessidades do mercado de trabalho. • O trabalho precoce dos jovens. Com razões diferentes consoante ao contexto social, é ao mesmo tempo causa e indicador de insucesso. • Analfabetismo, iletrismo. De notar a frequência do fenômeno do iletrismo em países de elevado nível de desenvolvimento. • A delinquência, o abuso de drogas. Indicadores que levam à tomada de medidas no sentido de permitir o desenvolvimento da escolaridade num clima de serenidade. Todavia, se é relativamente fácil encontrar alguns indicadores visíveis do insucesso escolar, mais complicada é a questão de analisar as causas e a natureza deste fenômeno.









A Criança com Síndrome de Down na Educação Inclusiva

A Síndrome de Down




A Síndrome de Down é decorrente de uma alteração genética ocorrida durante ou imediatamente após a concepção. A alteração genética se caracteriza pela presença a mais do autossomo 21, ou seja, ao invés do indivíduo apresentar dois cromossomos 21, possui três. A esta alteração denomina-se trissomia simples. As principais alterações orgânicas que acompanham a Síndrome são: cardiopatias, prega palmar única, baixa estatura, comprimento reduzido do fêmur e úmero. Há também, fissuras palpebrais, pescoço curto, língua protusa e hipotônica, crânio achatado, mais largo e comprido, narinas arrebitadas, dedo da mão muito curto, mãos curtas, ouvido simplificado e coração anormal. Geralmente a criança Down apresenta grande hipotonia. De forma geral algumas características do Down são: o indivíduo é calmo, afetivo, bem humorado e com prejuízos intelectuais. A personalidade varia de individuo para indivíduo e o seu comportamento pode variar quanto ao potencial genético e características culturais, que serão determinantes no comportamento.

Quanto às alterações fisiológicas pode-se observar nos primeiros dias de vida uma grande sonolência, dificuldade de despertar, dificuldades de realizar sucção e deglutição, porém estas alterações vão se atenuando ao longo do tempo, à medida que a criança fica mais velha e se torna mais alerta. A criança Down normalmente apresenta grande hipotonia e segundo HOYER e LIMBROCK, citado por SCHWARTZMAN (1999), o treino muscular precoce da musculatura poderá diminuir a hipotonia. A hipotonia costuma ir se atenuando à medida que a criança fica mais velha e pode haver algum aumento na ativação muscular através da estimulação tátil. Alterações fisiológicas também se manifestam através do retardo no desaparecimento de alguns reflexos como o de preensão, de marcha e de Moro. Este atraso no desaparecimento destes reflexos é patológico e resulta no atraso das aquisições motoras e cognitivas deste período, já que muitas atividades dependem desta inibição reflexa para se desenvolverem como o reflexo de moro, que é substituído pela marcha voluntária.

O sistema nervoso da criança com síndrome de Down apresenta anormalidades estruturais e funcionais, que resultam em disfunções neurológicas variando quanto à manifestação e intensidade. (...) nas crianças mais velhas foram observadas anormalidades nos neurônios piramidais pequenos, especialmente nas camadas superiores do córtex (...) (SCHWARTZMAN, 1999, p. 54). O processo de desenvolvimento e maturação do sistema nervoso é um processo complexo, no entanto, a criança com síndrome de Down, ainda no estágio fetal, já apresenta alterações no desenvolvimento do sistema nervoso central. Segundo SCHIMIDT, citado por SCHWARTZMAN (1999), em seus estudos com fetos normais e fetos com síndromes de Down, não observou alterações significativas no desenvolvimento e crescimento do sistema nervoso. Outros estudiosos, como WISNIEWSKI (1990), concluem que até os cinco anos o cérebro das crianças com síndrome de Down encontra-se anatomicamente similar ao de crianças normais, apresentando apenas alterações de peso, que nestas crianças encontra-se inferior à faixa de normalidade, que ocorre devido uma desaceleração do crescimento encefálico iniciado por volta dos três meses de idade.

A desaceleração encontra-se de forma mais acentuadas em meninas, onde se observa também, frequentes alterações cardíacas e gastrintestinais. WISNIEWSKI, citado por SCHWARTZMAN, (1999, p.47), relata que há algumas evidências de que durante o último trimestre de gestação existe uma lentificação no processo da neurogênese. Apesar da afirmação descrita por WISNIEWSKI, as alterações de crescimentos e estruturação das redes neurais após nascimento são mais evidentes e estas se acentuam com o passar do tempo. Segundo SCHWARTZMAN (1999, p.51), as medidas de inteligência geral e as habilidades linguísticas normalmente encontram-se alterados e estas não possuem padrão definido, além de não se relacionarem com o volume encefálico podendo apresentar em diversos níveis intelectuais. Também se observa nos sistema nervoso do paciente Down alterações de hipocampo e a partir do quinto mês de vida quando se inicia o processo de desaceleração do crescimento e desenvolvimento do sistema nervoso ocorre uma diminuição da população neuronal.



O SISTEMA NERVOSO DA CRIANÇA DOWN

ROSS e colaboradores (1984) puderam observar "uma perda de neurônios granulares no córtex cerebral" e WISNIEWSKI (1990) confirma a proposta de Ross e também relata "uma diminuição no número de neurônios granulares nas camadas II e IV do córtex (...)". O desenvolvimento braquicefálico também é marcante no paciente com síndrome de Down e ainda se pode observar uma hipoplasia do lobo temporal. No paciente recém-nascido, muitas alterações não são evidenciadas, porém com o passar dos anos se evidenciam tornando visíveis às reduções de volume dos hemisférios cerebrais e hemisférios cerebelares, da ponte, corpos mamilares e formações hipocampais. Desta forma, conclui-se que as inúmeras alterações estruturais e funcionais do sistema nervoso da criança com síndrome de Down determinam algumas de suas características mais marcantes como distúrbios de aprendizagem e desenvolvimento.

Segundo descreve Ferreira, na obra Miniaurélio, o termo deficiência significa falta, carência ou insuficiência. Assim pode-se entender por deficiência mental a insuficiência funcional das funções neurológicas. O cérebro criança Down não atinge seu pleno desenvolvimento e assim todas suas funções estão alteradas. Na verdade o cérebro de uma criança recém-nascida possui capacidades de aprendizagem, no entanto, estas serão desenvolvidas através da internalização de estímulos e esta se da através da aprendizagem e está intimamente associada aos fatores biológicos, como integridade orgânica e ainda a sofre influências dos fatores ambientais e sociais. Esta afirmação feita por SCHWARTZMAN (1999) é muito aceita e podemos observar inúmeros trabalhos de outros autores coerentes a esta abordagem. Um exemplo é Piaget, que afirma que os indivíduos nascem apenas com potencialidades (capacidade inata) a capacidade de aprender. Assim, todo conhecimento e todo o desenvolvimento da criança depende de exposição ao meio e dos estímulos advindos deste. Para Jean Piaget, a base do conhecimento é a transferência e assimilação de "estruturas". Assim, um conhecimento, um estímulo do meio é encarado como uma estrutura que será "assimilada" pelo indivíduo através de sua capacidade de aprender.

A aprendizagem é realizada com sucesso se capacidades de assimilação, reorganização e acomodação, estiverem integras, assim vão se dando as aquisições ao longo do tempo. Estes três processos acontecem para que um indivíduo esteja sempre adquirindo novas informações, assim, quando se depara com um dado novo, para a internalização do mesmo, o indivíduo deve reorganizar as aquisições já adquiridas, para acomodar os novos conhecimentos sendo por este processo que linguagem e cognição se desenvolvem. Considerando a grande influência do ambiente e a competência da criança para as atividades cognitivas, para estimular uma criança, tem que torná-la mais competente para resolver as exigências que a vida quer em seu contexto cultural. O portador de síndrome Down possui certa dificuldade de aprendizagem que na grande maioria dos casos são dificuldades generalizadas, que afetam todas as capacidades: linguagem, autonomia, motricidade e integração social. Estas podem se manifestar em maior ou menor graus.



AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DO PORTADOR DE SÍNDROME DE DOWN

A criança com síndrome de Down têm idade cronológica diferente de idade funcional, desta forma, não se deve esperar uma resposta idêntica à resposta da "normais", que não apresentam alterações de aprendizagem. Esta deficiência decorre de lesões cerebrais e desajustes funcionais do sistema nervoso. A prontidão para a aprendizagem depende da complexa integração dos processos neurológicos e da harmoniosa evolução de funções especificas como linguagem, percepção, esquema corporal, orientação têmporo-espacial e lateralidade. É comum ser observado na criança Down alterações severas de internalizações de conceitos de tempo e espaço, que dificultarão muitas aquisições e refletirão especialmente em memória e planificação, além de dificultarem muito a aquisição de linguagem. Crianças especiais como as portadoras de síndrome de Down não desenvolvem estratégias espontâneas e este é um fato que deve ser considerado em seu processo de aquisição de aprendizagem, já que esta terá muitas dificuldades em resolver problemas e encontrar soluções sozinhas.

Outras deficiências que acometem a criança Down e implicam dificuldades ao desenvolvimento da aprendizagem são: alterações auditivas e visuais; incapacidade de organizar atos cognitivos e condutas, debilidades de associar e programar seqüências. Estas dificuldades ocorrem principalmente por que a imaturidade nervosa e não mielinização das fibras pode dificultar funções mentais como: habilidade para usar conceitos abstratos, memória, percepção geral, habilidades que incluam imaginação, relações espaciais, esquema corporal, habilidade no raciocínio, estocagem do material aprendido e transferência na aprendizagem. As deficiências e debilidades destas funções dificultam principalmente as atividades escolares. No entanto, a criança com síndrome de Down tem possibilidades de se desenvolver e executar atividades diárias e até mesmo adquirir formação profissional e no enfoque evolutivo, a linguagem e as atividades como leitura e escrita podem ser desenvolvidas a partir das experiências da própria criança.

Do ponto de vista motor, hipocinesias associada à falta de iniciativa e espontaneidade ou hipercinesias e desinibição são freqüentes. E estes padrões débeis também interferem a aprendizagem, pois o desenvolvimento psicomotor é à base da aprendizagem. As inúmeras alterações do sistema nervoso repercutem em alterações do desenvolvimento global e da aprendizagem. Não há um padrão estereotipado previsível nas crianças com síndrome de Down e o desenvolvimento da inteligência não depende exclusivamente da alteração cromossômica, mas é também influenciada por estímulos provenientes do meio. No entanto, o desenvolvimento da inteligência é deficiente e normalmente encontramos um atraso global. As disfunções cognitivas observadas neste paciente não são homogêneas e a memória sequencial auditiva e visual geralmente são severamente acometidas.

A EDUCAÇÃO ESPECIAL PARA CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

A educação especial é uma modalidade de ensino que visa promover o desenvolvimento global a alunos portadores de deficiências, que necessitam de atendimento especializado, respeitando as diferenças individuais, de modo a lhes assegurar o pleno exercício dos direitos básicos de cidadão e efetiva integração social. Proporcionar ao portador de deficiência a promoção de suas capacidades envolve o desenvolvimento pleno de sua personalidade, a participação ativa na vida social e no mundo do trabalho são objetivos principais da educação especial e assim como o desenvolvimento bio-psiquico-social, proporcionando aprendizagem que conduza a criança portadora de necessidades especiais maior autonomia. A prática pedagógica adaptada às diferenças individuais vem sendo promovida dentro das escolas do ensino regular. No entanto, requerem metodologias, procedimentos pedagógicos, materiais e equipamentos adaptados.

O professor especializado deve valorizar as reações afetivas de seus alunos e estar atento ao seu comportamento global, para solicitar recursos mais sofisticados como a revisão medica ou psicológica. E outro fato de estrema importância na educação especial é o fato de que o professor deve considerar o aluno como uma pessoa inteligente, que têm vontades e afetividades e estas devem ser respeitada, pois o aluno não é apenas um ser que aprende. A educação especial atualmente é prevista por lei e foi um direito adquirido ao longo da conquista dos direitos humanos. A garantia de acesso à educação e permanência da escola requer a prática de uma política de respeito às diferenças individuais. Trabalho educativo com Down: Para trabalhar com esta síndrome o professor deve explorar todas as possibilidades de cada experiência de aprendizagem. Para dar conta deste objetivo pode-se desenvolver um número ilimitado de atividades. Cabe ao educador adequar as propostas à realidade de sua sala de aula, de forma a proporcionar ao aluno experiências de aprendizagem significativa que lhe oportunize a prática dos comportamentos implicados nos objetivos

A família deve ser orientada e motivada a colaborar e participar do programa educacional, promovendo desta forma uma maior interação com a criança e a escola. Também é fundamental que a família incentive a prática de tudo que a criança assimila. Assim é fundamental o aconselhamento a família, que deve considerar, sobretudo, a natureza da informação e a maneira como a pessoa é informada, com o propósito de orientá-la quanto à natureza intelectual, emocional e comportamental. No entanto, somente informações intelectuais, são insuficientes, pois o sentimento das pessoas tem mais peso que os seus intelectos. Portanto, auxiliar os familiares requer prestar informações adequadas, que permitam aliviar a ansiedade e diminuir as dúvidas. O objetivo principal é ajudar as pessoas a lidar com os problemas decorrentes das deficiências e também ouvir as dúvidas e os questionamentos, utilizar falas e termos fáceis que facilitem a compreensão, aconselhar a família inteira trabalhando os sentimentos e atitudes facilitando assim, a interação social do portador de necessidades especiais. A superproteção dos pais pode influenciar de forma negativa no processo de desenvolvimento da criança e normalmente estes se concentram suas atenções nas deficiências da criança de modo que os fracassos recebem mais atenção que os sucessos e a criança fica limitada nas possibilidades que promovem a independência e a interação social. "As habilidades de autonomia pessoal e social proporcionam melhor qualidade de vida, pois favorecem a relação, a independência, interação, satisfação pessoal e atitudes positivas". (BROWN, 1989).

ENFOQUES DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA JUNTO À CRIANÇA DOWN

A criança Down apresenta muitas debilidades e limitações, assim o trabalho pedagógico deve primordialmente respeitar o ritmo da criança e propiciar-lhe estimulação adequada para desenvolvimento de suas habilidades. Programas devem ser criados e implementados de acordo com as necessidades especificas das crianças. Segundo MILLS (apud SCHWARTZMAN, 1999, p. 233) a educação da criança é uma atividade complexa, pois exige adaptações de ordem curricular que requerem cuidadoso acompanhamento dos educadores e pais. Frequentar a escola permitirá a criança especial adquirir, progressivamente, conhecimentos cada vez mais complexos que serão exigidos da sociedade e cujas bases são indispensáveis para a formação de qualquer indivíduo. Segundo a psicogênese, o indivíduo é considerado como instrumento essencial à interação e ação. E como descreve Piaget, o conhecimento não procede, em suas origens, nem de um sujeito consciente de si mesmo, nem de objetos já constituídos e que a ele se imponham. O conhecimento resulta da interação entre os dois. Desta forma que a escola deve adotar uma proposta curricular, que se baseie na interação sujeito objeto, envolvendo o desenvolvimento desde o começo.

O ensino das crianças especiais deve ocorrer de forma sistemática e organizada, seguindo passos previamente estabelecidos, o ensino não deve ser teórico e metódico e sim deve ocorrer de forma agradável e que desperte interesse na criança. Normalmente o lúdico atrai muito a criança, na primeira infância, e é um recurso muito utilizado, pois permite o desenvolvimento global da criança através da estimulação de diferentes áreas. Uma das maiores preocupações em relação à educação da criança, de forma geral, se dá na fase que se estende do nascimento ao sexto ano de idade. Neste período a educação infantil tem por objetivo promover à criança maior autonomia, experiências de interação social e adequação. Permitindo que esta se desenvolva em relação a aspectos afetivos, volitivos e cognitivos, que sejam espontâneas e antes de tudo sejam "crianças". Inicialmente a criança adquiri uma gama de conhecimentos livres e estes lhe propiciarão desenvolver conhecimentos mais complexos, como o caso de regras. Os conhecimentos devem ocorrer de forma organizada e sistemática, seguindo passos previamente estabelecidos de maneira lúdica e divertida, que permite a criança reunir um conjunto de experiências integradas que lhe permita relacionar-se no contexto social e familiar.

O atendimento a criança portadora de síndrome de Down deve ocorrer de forma gradual, pois estas crianças não conseguem absorver grande número de informações. Também não devem ser apresentadas à criança Down informações isoladas ou mecânicas, de forma que a aprendizagem deve ocorrer de forma facilitada, através de momentos prazerosos. É importante que o profissional promova o desenvolvimento da aprendizagem nas situações diárias da criança, e a evolução gradativa da aprendizagem deve ser respeitada. Não é adequado pular etapas ou exigir da criança atividades que ela não possa realizar, pois estas atitudes não trazem benefícios à criança e ainda podem causar-lhe estresse. Em crianças com síndrome de Down é comum observar evolução desarmônica e movimentos estereotipados. Esta defasagem pode ser compensada através do planejamento psicomotor bem direcionado, que lhe proporcionam experiências fundamentais para sua adaptação.

A ATIVIDADE FÍSICA PARA A CRIANÇA DOWN

A atividade física na escola tem proporcionado não só a crianças normais como também as crianças portadoras de necessidades especiais, um grande desenvolvimento global que será a base para as demais aquisições. O resgate da importância do corpo e seus movimentos, o conceito de vida associado a movimento, a retomada do indivíduo como agente ativo na construção de sua história, proposto pela educação física. O indivíduo possui um corpo que está sobre seu domínio e que todas as partes destes constituem o sujeito, de forma que o corpo precisa se tornar sujeito e pela integração de mente ao corpo se reconstrói os elos quebrados. Para que as aquisições ocorram de forma integra é preciso que um indivíduo vivencie experiências e a partir destas formule seus conceitos e internalize as informações adquiridas. Antes de adquirir qualquer conhecimento a criança precisa descobrir seu corpo e construir uma imagem corporal que é uma representação mental, perceptiva e sensorial de si mesmo e um esquema corporal que compreende uma representação organizada dos movimentos necessários a execução de uma ação, e a organização das suas funções corporais. Estes vão sendo construídos e reformulados ao longo da vida.

É fundamental reafirmar o proposto pela educação física, que afirma, que o corpo não pode ser separado da mente e suas funções se completam os tornando parte um do outro, assim sentir, aprender, processar, entender, resolver problemas, são fundamentais no processo de formação da criança e pelo corpo, que esta experimenta o mundo e o movimento e mediador nas suas construções. A possibilidade que um corpo tem de se mover no espaço é instrumento essencial para a construção do intelecto e o corpo serve como órgão de trabalho gerador de experiências. As explorações das possibilidades motoras de uma criança desencadeiam circuitos sensório-motores que estruturam as relações que conceberá futuramente. O processo formal da educação consiste em repassar conceitos à criança sem levá-la à vivência e este é seu ponto falho, pois para internalizar uma informação não basta decorar conceitos e sim participar da construção destes e construir suas próprias idéias. A criança tem que ser vista de forma global e educá-la não é apenas trabalhar a mente e sim o global, abrangendo todos os aspectos, inclusive a necessidade de interagir com o meio tendo contato direto com o universo de objetos e situações, que o cercam podendo assim efetivar suas construções sobre a realidade.

AS SALAS DE RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO DA CRIANÇA DOWN

Todas as atividades proporcionadas à criança devem ter por objetivo a aprendizagem ativa que possibilite a criança desenvolver suas habilidades. Frente à grande variação das habilidades e dificuldades da síndrome de Down, programas individuais devem ser considerados e nestes enfatiza-se as possibilidades de aprendizagem de cada criança e a motivação necessária para o desenvolvimento destas. Para tanto, o professor deve conhecer as diferenças de aprendizagem de cada criança de forma a organizar seu trabalho e programação didática. Um bom currículo deve considerar todas as características do deficiente mental em termos de pedagogia para que a partir destas sejam escolhidas técnicas, que mantenham a criança atenta e motivada. Em termos de ambiente de aprendizagem procurar-se-á evitar o aparecimento de variáveis que possam bloquear o processo e por isso muitas vezes são utilizadas salas de recursos, que são classes especiais inseridas na escola comum. A sala de recursos deve consistir em local apropriado a receber as crianças especiais, que deverão receber assistência pedagógica especializada. Normalmente encontram-se as salas de recursos em escolas normais onde crianças "normais" ficam juntas das especiais. Assim a sala de recursos funciona desenvolvendo com as crianças especiais as atividades, que já trabalhou com seus os demais colegas.

O professor de recursos deve priorizar as atividades em que o portador de deficiência tem dificuldades e precisa de auxilio. Este pode servir como tutor dos estudantes excepcionais em suas classes e deve cuidar de que os professores das crianças excepcionais e de que estas recebam os materiais e equipamentos didáticos, que se façam necessários. Um fato determinante para uma boa assistência a crianças especiais é não sobrecarregar demais a sala de recursos especiais para que o professor possa trabalhar bem. E é fundamental também, que o professor indicado esteja preparado, para ser capaz de atender as necessidades de seus alunos e trabalhar em harmonia com o professor da classe regular. Alguns princípios básicos devem ser considerados em relação ao ensino de crianças especiais como as portadoras de síndrome de Down: - As atividades devem ser centradas em coisas concretas, que devem ser manuseadas pelos alunos; - As experiências devem ser adquiridas no ambiente próprio do aluno; - Situações que possam provocar estresse ou venham a ser traumatizantes devem ser evitadas; - A criança deve ser respeitada em todos aspectos de sua personalidade; - A família da criança deve participar do processo intelectivo. A classe especial é a estratégia atualmente mais indicada para o trabalho com crianças especiais, pois permite a integração destas na sociedade.