O QUE FAZER PARA MELHORAR A EDUCAÇÃO PÚBLICA

EDUCAR É UM ATO DE AMOR!

A EDUCAÇÃO É O PRINCIPAL ANTÍDOTO PARA COMBATER A DESIGUALDADE SOCIAL.
Luiz Rocha

Função da escola

O desafio das escolas comum e especial é o de tornar claro o papel de cada uma, pois uma educação para todos, não nega nenhuma delas. Se os compromissos educacionais dessas não são sobrepostos, nem substituíveis, cabe a escola especial complementar a escola comum, atuando sobre o saber particular que invariavelmente vai determinar e possibilitar a construção do saber universal.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Reflexão Pedagógica

Muito da aprendizagem das crianças é automotivada. Mas outras pessoas desempenham papéis significativos no desenvolvimento da aprendizagem das crianças. O ser humano convive e depende de outras pessoas. A família, os professores, os colegas, todos ajudam a guiar a aprendizagem, estimular diferentes tipos de interesse, fomentar gostos etc. Além disso, a televisão, os filmes, os jogos eletrônicos e até mesmo os jornais constituem importantes elementos que influem na aprendizagem das crianças.


a importancia da história local

Um trabalho com a memória na escola exige um investimento muito grande do professor, necessita de apoio da escola, dos alunos e da comunidade. A parte inicial de sensibilização dos alunos e da comunidade tem um peso significativo no sucesso de um trabalho com a memória. Percebe-se que é mais fácil conseguir o apoio de pessoas que participaram mais diretamente da construção do bairro. Quando os membros da comunidade "não se sentem participantes” da História Local recebem com muita desconfiança o pedido para colaborarem com um projeto que pretende reconstituir, a partir de suas lembranças, uma memória coletiva do local onde moram, independentemente do tempo de convivência e do engajamento.

sábado, 23 de abril de 2011

PROFISSÃO DE FÉ

 EU ACREDITO:

ACREDITO QUE UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA DE QUALIDADE PODERA REDUZIR AS DESIGUALDADES SOCIAIS;


ACREDITO QUE A DEMOCRACIA É A FORMA MAIS JUSTA DE SE GOVERNA;

ACREDITO QUE DEVEMOS SER GAROTOS PROPAGANA DA JUSTIÇA, POIS SÓ ASSIM ESTAREMOS CONSTRINDO UM SOCIEDADE MAIS JUSTA;

REPUDIO QUAISQUER FORMA DE RELIGIÃO QUE DESCRIMINA AS CRENÇAS DO OUTRO;

ACREDITO QUE O MELHOR REFÚGIO É O SEIO DA FAMILIA;

ACREDITO QUE A RAZÃO DEVA PREVALECER SOBRE A EMOÇÃO

ACREDITO QUE A CIENCIA NUNCA DEVERA SER CALADA;

ACREDITO QUE APOS A MINHA MORTE VOLTAREI A SER AQUILO QUE EU ERA ANTES DE MEU NASCIMENTO;

AMO A VIDA E ESTOU CIENTE QUE NÃO SOU ETERNO, QUE HOJE ESTOU AQUI VIVO, MAS AMANHÃ DE NADA POSSO GARANTIR,

GOSTO DA VIDA ,MAS NÃO TENHO MEDO DA MORTE, O QUE TEMO É FICAR PROSTADO EM UM LEITO DE DOR OU TRAZER A TONA DESONRA A MINHA FAMILIA.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A IMPORTANCIA DO REFORÇO ESCOLAR

 O conhecido “Reforço Escolar” se torna melhor quando é compreendido e identificado como Apoio Paralelo Individualizado. Tal apoio, na verdade, é uma assistência ao aluno, que visa superar as dificuldades sinalizadas e/ou reveladas diante de qualquer área da composição curricular bem como de qualquer tema ou conteúdo em estudo. O Apoio Paralelo Individualizado é decorrente da visão que o educador tem acerca da avaliação da aprendizagem; é um recomeço para se alcançar um objetivo traçado anteriormente. Por isso, o momento certo para intervir, para “reforçar”, assistir paralela e individualmente se torna aparente quando o educador percebe que o aluno não está acompanhando o que está sendo trabalhado. O “Reforço Escolar” é necessário desde a primeira semana de aula, quando o profissional (educador) realiza o diagnóstico da turma. Todo educador deve ter claro o que se pretende trabalhar a cada período, o que é pertinente à faixa etária (série) da turma e, assim, a partir da diagnose, identificar se pode iniciar os conteúdos programados ou se é preciso outro ponto de partida. Em se tratando de uma ou mais crianças com déficit de aprendizagem, o que deve ser planejado é o atendimento individualizado – em horário (dia) diferenciado – para que seja trabalhada a dificuldade do aluno e o mesmo permaneça acompanhando a sua turma no horário normal de aula.

OLÁ, SEJAM BEM VINDOS!

SEXO & CRIANÇA

SEXUALIDADE INFANTIL


A sexualidade vem sendo considerada um importante objeto de estudo consolidando-se, nos últimos tempos, como subsídio, também, da ação pedagógica. Por isso, faz-se necessário explicitar o que se entende por sexualidade, assim como distintas concepções que se colocam como pressuposto teórico para a educação sexual. Neste sentido, a sexualidade não se reduz à união dos órgãos genitais e tampouco pode ser confundida com o ato sexual reprodutivo, pois este tanto pode estar inserido num relacionamento afetivo quanto indiferente a qualquer ligação amorosa. Ou seja, uma união sexual genital pode acontecer por atração, desejo, prazer, como pode ser uma manifestação de poder, violência-prazer e opressão de uma ou mais pessoas sobre outrem. A atividade sexual genital, reprodutiva ou não, é caracterização biológica do ser humano enquanto espécie animal. Já a sexualidade se constitui numa elaboração histórica e cultural, que se explica e se compreende no contexto e nas relações nas quais se produzem.

Educação sexual é o ensino sobre a anatomia e psicologia da reprodução humana e demais aspectos do comportamento que se relacionam ao sexo. É imprescindível uma Educação Sexual livre de preconceitos, mitos e tabus. Porém, apesar do inquestionável avanço nas ideias, ainda há alguns conceitos extremamente retrógrados, além de terem sido criados outros extremamente consumistas, os quais associam a realização de homens e mulheres exclusivamente à aquisição de bens de consumo. Seu principal objetivo é não apenas a informação, mas também a formação integral do educando, capaz de transformar os valores sociais e culturais ligados à sexualidade de forma construtiva. Graças, principalmente, a maior liberdade política que o Brasil começou a vivenciar a partir da década de 80 a dimensão que a sexualidade tomou no cotidiano cresceu muito em relação a alguns anos. A Educação Sexual vem passando por discussões entre os educadores e estudiosos do tema, resultando em uma crescente publicação na área.

A EDUCAÇÃO SEXUAL NA ERA DA AIDS

Somos seres em construção, inacabados, portanto educáveis. Educáveis no sentido do vir-a-ser, do que ainda não é, sentido este que vem ao encontro da concepção materialista histórica, a qual entende o homem como produto de múltiplas relações sociais. Ou seja, um ser em movimento e em incessante transformação. A educação sexual tem sido alvo de discursos diversos, sobretudo nas últimas duas décadas, em função do surgimento da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). O próprio Ministério da Saúde vem apresentando propostas de intervenção pedagógica, à medida que produz livros, textos, panfletos e campanhas ditas “educativas”. Tem também oferecido cursos a professores e se envolvido com projetos de atuação no espaço escolar. Contudo, há que se ter clareza da concepção que permeia as ações do referido órgão governamental. Ou seja, a corrente médico-higienista, que em outros tempos da história se manifestou para prevenir Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST, é retomada para justificar as ações de prevenção à AIDS. Ainda aliam DST’s e prevenção à drogas como se fossem conteúdos/objetos únicos da educação sexual.

Na concepção médico-higienista, a sexualidade é reduzida à genitalidade e a um “problema” de saúde pública. Não está em jogo a formação do homem e sim a informação de como se evitar o contágio de doenças que se transmitem pelo sexo. A linguagem é anatômica, clínica, de uso comum entre os médicos e de difícil acesso e compreensão à maioria da população. Isso ajuda a compreender por que, historicamente, tem-se vinculado a sexualidade à concepção biologizante. Ou seja, à escola compete trabalhar os conteúdos de reprodução humana dentro da disciplina de ciências. Assim, atribui-se à educação sexual a um único professor: aquele formado em Biologia. Com isso, “isenta-se” os demais professores, com a desculpa de que suas especificidades não dão conta de trabalhar os conteúdos de educação sexual.

Possui as seguintes características: Volta-se mais diretamente para o processo ensinoaprendizagem de conteúdos relacionados com a sexualidade; Valoriza o aspecto informativo desse processo, podendo também dar ênfase ao aspecto formativo, onde se propicie a discussão de valores, atitudes e preconceitos; pode ainda considerar a importância da discussão de dúvidas, sentimentos e emoções; Direciona mais acentuadamente a reformulação de valores, atitudes e preconceitos, bem como todo o “processo de libertação”, para o nível individual.

PEDAGOGIA DO ESCLARECIMENTO

Um trabalho pedagógico que utilize os brinquedos das crianças, seus personagens prediletos; que discuta, com elas, as brincadeiras de seu mundo e as do mundo adulto, auxiliaria no processo de busca de explicações para aquilo que lhes é confuso, bem como produziria elementos sobre defesa contra as violências, sem traumas, punições e repressões. Isto porque as crianças, por não terem se apropriado da forma dicotomizada do mundo privado e do mundo público, poderão manifestar suas expressões sexuais no espaço escolar, sem que isto seja um problema para elas. Tocar seu corpo e o corpo do outro, imitar e/ou representar vivências sexuais apreendidas do mundo adulto, devem ser compreendidas pelo educador como dimensões integradas do processo de aprendizagem e de desenvolvimento infantil e a par disso trabalhar, com elas, no sentido de estabelecer limite entre o que pertence ao âmbito do público e ao âmbito do privado.

Ao se trabalhar com a criança na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental, é preciso superar a preocupação com listagens de conteúdos lineares, sequenciadas e seriadas. A criança é movimento e seu corpo, ao contrário do mundo adulto, estabelece relações com os outros – seja criança, adolescente ou adulto-, sem preconceito e destituído do caráter maldade. Isso porque as diferentes formas de expressão da corporeidade infantil são do âmbito do lúdico e do prazer. Jogos, brincadeiras, imitação, representação, teatro, dança, música e artes plásticas, de um modo geral, são de extrema importância para se trabalhar a temática sexualidade com crianças. Essa forma não inibe a criança, permitindo que ela avance no sentido de superação de suas curiosidades e com isso manifeste novos interesses pelo assunto. Nesta perspectiva, o/a professor/a exercerá a função de mediador/a entre o conhecimento que a criança possui e o conhecimento elaborado que, a priori, se supõe ser de seu domínio. Além disso, é fundamental a superação de tabus, preconceitos e crendices, impregnados de uma visão onde a sexualidade e o prazer são vistos com desconfiança, e como fontes do mal e do pecado.

O educador, ao planejar seu trabalho pedagógico, precisa analisar os materiais didáticos que trazem o corpo como tema, verificando se os mesmos omitem, por exemplo, a genitália. Neste caso, são considerados inadequados, uma vez que esta compõe o biológico humano e, portanto, precisa ser trabalhada como as demais partes do corpo. Faz-se necessário partir do conhecimento que a criança traz, mesmo que nomeiem as genitálias por apelidos (comuns em nossa cultura) cabendo ao professor mediar, junto a elas, até chegarem à nomenclatura científica.

Vale ressaltar que a educação sexual é processual e que não se esgota em séries e/ou idades. Contudo, costuma-se acreditar em nível de senso comum que a sexualidade inicia-se a partir da menarca para as meninas e da poluição noturna para os meninos, por serem estes fatores determinantes biológicos da pré-condição da procriação e por ocorrerem frequentemente na puberdade ou pré-adolescência. A imitação e representação da sexualidade adulta entre crianças, além de ser uma manifestação de curiosidade, é, também, um indicativo de que elas já estabeleceram alguma relação com o conteúdo ato sexual. Crianças de um passado muito recente “brincavam de papai e mamãe”, “médico e enfermeira” numa tentativa, quase que única, de resolverem suas curiosidades. As crianças de hoje persistem nestas brincadeiras, mas estão diretamente ligadas a um mundo muito mais erotizado e sexuado. Por exemplo, os heróis dos desenhos infantis já não são mais os assexuados de décadas atrás. As bonecas são produzidas de forma erotizada e, além disso, vêm acompanhadas de namorados e por vezes grávidas. O universo mídia não esconde o prazer (nem deveria), que sentem os pares, após cenas de beijos, abraços e sexo. Existe todo um aparato estimulador “dizendo” para a criança que é bom e gostoso “brincar” de “transar”. A criança, curiosa e imitativa, quando com outras crianças, encontra a possibilidade esperada para brincar de um jogo que os adultos praticam e que lhes é mostrado, mas esperando-se (pelos adultos) não “ver” reproduzido no mundo infantil. Nesta perspectiva é importante evitar julgamentos, principalmente os precipitados, e ações repressivas que legitimam uma compreensão reduzida e equivocada do desenvolvimento infantil.

Quando uma criança chega à escola, mesmo tendo pouca idade, traz conceitos do mundo cotidiano, onde as falas, os sistemas simbólicos sexuais de nossa cultura estão basicamente em três óticas: médico-higienista (ex.: use a camisinha); consumo (ex.: apelos sexuais para vender inúmeros produtos) e proibido/pecado/sujo (ex.: vivências de negação dos genitais e/ou outras posturas repressivas em relação à sexualidade). Uma educação sexual transformadora pressupõe uma nova ética e uma nova moral. Para tanto, a criança necessita apropriar-se do conhecimento científico e ter a sexualidade significada na ótica do afetivo que passa, necessariamente, pelo entendimento do educador a respeito da vivência da sua própria sexualidade e afetividade. Assim o educador terá, também, possibilidades de lidar com as manifestações sexuais percebidas pela nossa sociedade como deserotizadas, proibidas e mecanizadas, ressignificando-as com afetividade, respeito, solidariedade e conhecimento científico. Inúmeras são as questões referentes à educação sexual infantil, apontou-se àquelas mais amplas e fundamentais como um norte que desencadeie: a vontade política e pessoal, o estudo e o aprofundamento necessários para que se concretize uma educação sexual que se contraponha à deseducação posta e inumanamente internalizada/naturalizada.







OS PRIMEIROS SOCORROS QUE SÃO UM DESASTRE!

PRIMEIROS SOCORROS QUE SÃO UM DESASTRE




• Nunca use borra de café, sal, açúcar ou qualquer outro produto para “estancar” hemorragia,

use pano limpo para comprimir o local.

• Em caso de “pancada”, nunca colocar água quente na região afetada, colocar bolsa de gelo, preferencialmente a Almofada para Terapia Frio/Calor Nexcare 3M. Nunca use clara de ovo, pasta de dente, pasta d’água, manteiga, vinagre ou qualquer pomada em queimaduras. A tendência é agravar a lesão.

• Não provocar vômito ou tomar leite em caso de ingestão de substância, somente se isso for recomendado no rótulo do produto.

• Não insistir em remover objetos em ouvidos e nariz. Devem ser retirados por especialistas, com material adequado.

• Em caso de perfuração com faca em abdome, tórax, cabeça, não retirá-la. Levar a vítima com a peça para o pronto-socorro. De preferência, chame o resgate.

• Em caso de crise convulsiva, nunca tente puxar a língua da criança.

SUSTENTABILIDADE

SUSTENTABILIDADE




Garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coisa, que a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas definitivamente e, com isso, terminará a dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração predatória dos recursos disponíveis em determinadas áreas. Pois só com uma situação de vida regular, os habitantes de uma determinada região poderão tornar-se permeáveis as “novas idéias

Reciclar os dejetos oriundos das criações animais e dos refugos das plantações, deve ser encarado não como custo ou gasto “a mais”; mas sim como uma excelente oportunidade de gerar toda ou parte da energia necessária para executar as atividades econômicas a que se propõem e também como fonte de fertilizantes baratos e totalmente gratuitos o que sem dúvida alguma, representará um salto na lucratividade de qualquer propriedade rural.

Levantar a bandeira da sustentabilidade do meio ambiente e promover nas comunidades rurais o pensamento de que essa é a única forma viável de manter suas atividades econômicas em condições de gerar riquezas por muito mais tempo e de forma continuada. São os desafios mais pungentes dos governos e das organizações ambientais dos tempos atuais. O aquecimento global e o desequilíbrio que provocam a aparição de pragas e de catástrofes climáticas passam com toda certeza pelo desrespeito e por más práticas em relação ao meio ambiente e aos processos adotados em nossas lavouras e criações.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

ÉTICA NA EDUCAÇÃO PÚBLICA/ SERRA DO RAMALHO - BA

ÉTICA NA EDUCAÇÃO PÚBLICA/ SERRA DO RAMALHO - BA


A palavra Ética é originada do grego ethos, (modo de ser, caráter) através do latim mos (ou no plural mores) (costumes, de onde se derivou a palavra moral). Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo - sociedade. Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não devem ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica, e buscando explicar e justificar os costumes de uma determinada sociedade, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Porém, deve-se deixar claro que etimologicamente "ética" e "moral" são expressões sinônimas, sendo a primeira de origem grega, enquanto a segunda é sua tradução para o latim. A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência a lei tenha como base princípios éticos.

Ética na educação tem como objetivo formar um indivíduo consciente de seus deveres e direitos dentro de uma sociedade. Para um convívio regular entre as sociedades sempre se exigiu um comportamento que, ao longo da história se baseia nas leis estabelecidas nos polis gregos e mais tarde, na idade média, baseadas em leis estabelecidas com fundamentos no Cristianismo. Isto para proporcionar uma margem de respeito mútuo e a si próprio, havendo assim a responsabilidade inerente de se repassar esses padrões a gerações futuras, que através de instituições de ensino são dadas as bases para a adaptação na sociedade atual. Dando-se assim a ética na educação e consistindo nesse objetivo de formação de um indivíduo consciente de seus deveres e direitos dentro de uma sociedade.

Os quatro pilares da Educação são conceitos de fundamento da educação baseado no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors. No relatório editado sob a forma do livro: "Educação: Um Tesouro a Descobrir" de 1999 [1], a discussão dos "quatro pilares" ocupa todo o quarto capítulo, da página 89-102, onde se propõe uma educação direcionada para os quatro tipos fundamentais de aprendizagem: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser, eleitos como os quatro pilares fundamentais da educação. O ensino, tal como se conhece, debruça-se essencialmente sobre o domínio do aprender a conhecer e, em menor escala, do aprender a fazer. Estas aprendizagens, direcionadas para a aquisição de instrumentos de compreensão, raciocínio e execução, não podem ser consideradas completas sem os outros domínios da aprendizagem, muito mais complicados de explorar, devido ao seu caráter subjetivo e dependente da própria entidade educadora. Proceder-se-á de seguida a uma breve dissertação sobre cada tipo de aprendizagem deloriana.

ÉTICA E CIDADANIA

Aprender a ser cidadão e cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência; aprender a usar os diálogos nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da comunidade e do País. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinados na escola. Para que os estudantes possam assumir os princípios éticos, são necessários pelo menos dois fatores: -que os princípios se expressem em situações reais, nas quais os estudantes possam ter experiências e conviver com a sua pratica; -que haja um desenvolvimento da sua capacidade de autonomia moral, isto é, da capacidade de analisar e eleger valores para si, conscientemente e livremente. Outro aspecto importante a ser considerado nesse processo é o papel ativo dos sujeitos do aprendizado, estudantes e professores, que interpretam e conferem sentido aos conteúdos com que convivem na escola a partir de seus valores previamente construídos e de seus sentimentos e emoções.

A ética se confunde muitas vezes com a moral, todavia deve-se deixar claro que são duas coisas diferentes, considerando-se que ética significa a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, enquanto que moral, quer dizer, costume, ou conjunto de normas ou regras adquiridas com o passar do tempo. A ética é o aspecto científico da moral, pois tanto a ética como a moral, envolve a filosofia, a história, a psicologia, a religião, a política, o direito, e toda uma estrutura que cerca o ser humano. Isto faz com que o termo ética necessite ter, em verdade, uma maneira correta para ser empregado, quer dizer, ser imparcial, a tal ponto a ser um conjunto de princípios que norteia uma maneira de viver bem, consigo próprio, e com os outros. A moral se constitui em um processo de formação do caráter da pessoa humana, partindo-se normalmente de uma maneira de como foi direcionado pelos ensinamentos no país, cujos princípios têm origem com a religião dos genitores. A moral se adquire também no meio ambiente em que se vive, tal como já diziam alguns filósofos que o homem seria um produto do meio, difícil de concordar, mas fácil de aceitar, pelo simples fato de que a localidade onde se mora é um forte influenciador do comportamento humano.

A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existem há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes. Mas, enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral se formam numa mesma realidade.

Esta aprendizagem refere-se à aquisição dos “instrumentos do conhecimento”. Debruça-se sobre o raciocínio lógico, compreensão, dedução, memória, ou seja, sobre os processos cognitivos por excelência. Contudo, deve existir a preocupação de despertar no estudante, não só estes processos em si, como o desejo de desenvolvê-los, a vontade de aprender, de querer saber mais e melhor. O ideal será sempre que a educação seja encarada, não apenas como um meio para um fim, mas também como um fim por si. Esta motivação pode apenas ser despertada por educadores competentes, sensíveis às necessidades, dificuldades e idiossincrasias dos estudantes, capazes de lhes apresentarem metodologias adequadas, ilustradoras das matérias em estudos e facilitadoras da retenção e compreensão das mesmas. Pretende-se despertar em cada aluno a sede de conhecimento, a capacidade de aprender cada vez melhor, ajudando-os a desenvolver as armas e os dispositivos intelectuais e cognitivos que lhes permitam construir as suas próprias opiniões e o seu próprio pensamento crítico. Em vista a este objetivo, sugere-se o incentivo, não apenas do pensamento dedutivo, como também do intuitivo, porque, se é importante ensinar o “espírito” e método científicos ao estudante, não é menos importante ensiná-lo a lidar com a sua intuição, de modo a que possa chegar às suas próprias conclusões e aventurar-se sozinho pelos domínios do saber e do desconhecido





A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA LOCAL ( SERRA DO RAMALHO-BA) NAS SERIES INICIAIS

A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA LOCAL NAS SERIES INICIAIS




O Ensino da História no Brasil, após sua introdução oficial nos programas escolares em 1931, passou por diferentes processos de transformação. Na segunda metade da década de 1990, o Ministério da Educação elaborou e divulgou os Parâmetros Curriculares Nacionais, documento que sugere os conteúdos a serem privilegiados nas séries iniciais do ensino fundamental. No caso específico da História, indicam a relevância de se trabalhar conteúdos relacionados à História Local. É importante lembrar que essas mudanças propostas apenas lentamente chegam às escolas dos sistemas de ensino, particularmente às redes municipais responsáveis pelas séries iniciais de escolarização. Por outro lado, dificuldades específicas são apontadas pelos professores que, em número significativo, não são licenciados. Formação, condições objetivas de trabalho e inadequação de materiais didáticos sobre a localidade têm sido apontados pelos docentes e pelos técnicos de Secretarias Municipais da Educação como problemas.

O ensino de História Local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador/educando/sociedade e o meio em que vivem e atuam. O local é o espaço primeiro de atuação do homem, por isso, o ensino da História Local precisa configurar também essa proposição de oportunizar a reflexão permanente acerca das ações dos que ali vivem como sujeitos históricos e cidadãos. Assim sendo, o ensino de História Local pode configurar-se como um espaço de construção da reflexão crítica da realidade social, considerando-se que o local e o presente são referentes para o processo de construção de identidade. Embora esse campo de conhecimento ainda não esteja suficientemente explorado pela pesquisa científica, demonstrado pela incipiente quantidade de trabalhos publicados sobre o tema, o seu estudo constitui-se em uma necessidade de aprofundamento para todos os pesquisadores interessados no ensino de História na 1ª fase da escola fundamental.

Embora o estudo do ensino da História Local e Regional venha sendo bastante discutido, existe uma dissociação entre o que é proposto e o que é desenvolvido na formação de crianças. De acordo com Fonseca (1992), as fontes e os documentos disponíveis aos professores produzidos pelas prefeituras, pelos órgãos administrativos locais, visam à transmissão das idéias do grupo conservador do poder político ou econômico, levando alunos e professores a se limitarem à preservação da memória da elite local, contribuindo para a construção de uma identidade coletiva e individual a partir desse referencial. Como diz Fonseca: Uma identidade constrói-se a partir do conhecimento, da forma como os grupos sociais de pertença viveram e se organizaram no passado, mas também da verificação da forma como se estruturam para fazer face aos problemas do presente, tendo um componente que aponta para o futuro, pelo modo como este se prepara por meio da fixação de objetivos comuns (FONSECA, 1992 ,p, 106).

Acreditar que o método de ensino através da pesquisa é, atualmente, uma das melhores formas de desenvolver no jovem estudante a capacidade de ordenar e criar conhecimento, tirando do professor o ônus de ser o “dono do saber”, fazendo com que ele se torne um orientador, que aprende e produz conhecimento junto com seus orientados. Desse modo, a criança poderá organizar suas idéias e aprender através do debate e da descoberta. A pesquisa como forma de “criar” um novo conhecimento deve se sobrepor ao péssimo hábito de nossas escolas de estimular a simples clonagem de um conhecimento já existente. O desenvolvimento dessa habilidade deve começar junto com a aprendizagem escolar, ou seja, já no primeiro ano de escolarização. Segundo Knass: (...) o processo de aprendizagem confunde-se com a iniciação à investigação, deslocando a problemática da integração ensino-pesquisa para todos os níveis de conhecimento, mesmo o mais elementar. A pesquisa é, assim entendida, o caminho privilegiado para a construção de autênticos sujeitos do conhecimento que se propõem a construir sua leitura de mundo.”

FONTES ORAIS E A HISTÓRIA LOCAL

Um trabalho com a memória na escola exige um investimento muito grande do professor, necessita de apoio da escola, dos alunos e da comunidade. A parte inicial de sensibilização dos alunos e da comunidade tem um peso significativo no sucesso de um trabalho com a memória. Percebe-se que é mais fácil conseguir o apoio de pessoas que participaram mais diretamente da construção do bairro. Quando os membros da comunidade "não se sentem participantes” da História Local recebem com muita desconfiança o pedido para colaborarem com um projeto que pretende reconstituir, a partir de suas lembranças, uma memória coletiva do local onde moram, independentemente do tempo de convivência e do engajamento. Pesa nesses casos, a suspeita de que a escola está querendo ingerir-se na individualidade dos entrevistados, pois muitas vezes, eles não têm o sentimento de pertencimento, não se sentem como alguém que tenha algo a falar, ou como alguém que possa constituir-se em uma referência para a memória do bairro. Há tantas memórias quantos grupos de pertencimento. Em cada um, o que guia as relações de referência passadas é a escolha de identificação, são as situações reais, as rivalidades de interesse e conflitos do presente. Essas situações mudam com o tempo. (1993 p.38).

A memória entendida como a presença do passado, é também uma representação seletiva do passado, um passado que nunca é aquele do indivíduo somente, mas do indivíduo inserido num contexto familiar, social, nacional (ROUSSO, 1996, 94), “podemos, portanto dizer que a memória é um elemento constituinte do sentimento de identidade, tanto individual como coletiva, na medida em que ela é também um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa ou de um grupo em sua reconstrução em si" (POLLAK, 1992, p. 204). As discussões e os trabalhos contemporâneos sobre o uso da memória na história e na educação têm mostrado que ela pode dar uma significativa contribuição nestes dois campos. Os historiadores do tempo presente, que trabalham na construção de memórias contemporâneas, tentam identificar, além do mero discurso histórico, as formas múltiplas e possivelmente conflitantes de rememoração e utilização do passado (CHARTIER, 1996, p. 216).

A VALORIZAÇÃO DA FONTE ORAL

Em experiências realizadas em outros países (França, Inglaterra, EUA) e aqui no Brasil, observa-se que as crianças valorizam muito a entrevista com os adultos. É uma forma de contribuir para abrir a escola ao exterior, facilita as atividades dos alunos e, proporciona, embora com limitações, um contato com um passado próximo. Trata-se de uma proposta pedagógica que prioriza o trabalho com as fontes orais da comunidade para produzir um saber em História centrado na criança, permitindo que ela adquira gradualmente autonomia no processo de conhecimento do passado do seu meio social e local (VIDIGAL,1995). A base para um trabalho centrado na memória são as representações que a criança possui de sua família, seus vizinhos e o contato com fotografias, antigas cartas, documentos, recortes de jornais e as lembranças de pessoas da comunidade. O estudo da História Local, em "bairros novos" deve ser diferenciado de lugares onde existe uma “memória longa” (CITRON, 1994) onde várias gerações interagem, convivem e se identificam com os lugares de memória. O que não invalida uma proposta de trabalho com a memória de pessoas da comunidade que possam contribuir para levantar dados sobre a constituição do bairro e da identificação de alguns lugares de memória já definidos pelos grupos que ali residem há mais tempo.

ESTUDO DA HISTÓRIA LOCAL

Discutir sobre o uso de fontes é quase lugar comum entre os trabalhos que propõem inovações possíveis no ensino de História. Para atender as propostas dos PCNs séries iniciais (BRASIL, PCN, 1997, p. 89-95) o professor deve trabalhar com História Local, deve suscitar reflexões a partir da realidade do aluno, estudando a escola, o bairro, enfim o local onde o aluno estuda e reside. No entanto, o professor que atua na escola nem sempre consegue entender a complexidade que é o trabalho com História a partir de documentos - de que forma ele poderia promover algum saber com seus alunos utilizando, por exemplo, a fonte oral. Por outro lado, fica sempre a pergunta, num estudo mais acadêmico, da validade deste tipo de experiência no ensino de História, mas atualmente, são inúmeros os trabalhos (THOMPSON; VIDIGAL; LUC; SITTON et al e LEME et al.), que relatam iniciativas deste tipo, colocando claramente as vantagens desse trabalho desde as séries iniciais, para a construção da identidade do aluno, para que ele possa a partir dessa construção estabelecer relações com o passado e com outras realidades.

A dificuldade maior que se apresenta para um trabalho mais aprofundado em História na escola é, sem dúvida, a formação do professor. O professor das séries iniciais tem ainda uma formação muito limitada nas áreas do conhecimento que ele deveria trabalhar na escola. Observa-se ainda, uma tendência em privilegiar determinadas áreas do conhecimento em que faz aparecer a noção. O que secreta, veste, estabelece, constrói, decreta, mantém pelo artifício e pela vontade de uma coletividade fundamentalmente envolvida em sua transformação e sua renovação. Valorizando, por natureza, mais o novo do que o antigo, mais o jovem do que o velho, mais o futuro do que o passado. (NORA, 1997, 28-29) em detrimento de outras, desta forma, a História não é tida como uma disciplina que mereça muito esforço, muito investimento. Por outro lado, qualquer trabalho que envolva pesquisa partindo de um projeto, exige uma dedicação maior, ainda que a proposta possa ser desenvolvida interdisciplinarmente. Investir em uma área que não é considerada nobre seria romper com a ênfase disciplinar pela qual o professor foi formado, e ele fica incomodado em dispensar um tempo maior para o estudo com o passado.

Para romper com um sistema de saberes que só se “aguenta’’ pela defesa de territórios profissionais, segundo Citron, é necessário lutar por uma educação centrada no sujeito, principalmente no contexto de desestruturação social e cultural predominante no mundo hoje". Converter o sistema escolar que, pelo seu quadro institucional, continua a ser um sistema estatal de “instrução”, num verdadeiro serviço de educação pública, consiste em primeiro lugar, em repor a educação sobre seus próprios pés fazendo da criança, do jovem, do adulto, o centro, o fim, a razão de ser da ação pedagógica, em lugar das disciplinas idolatradas. Priorizar o sujeito é dar-lhe os meios para construir a sua pessoa, para compreender o mundo em que vive, para se descobrir passo a passo na imagem que os outros lhe dão e no seu próprio narcisismo, para aprender a comunicar, criar, lutar, construir". (1990, p.117). Para trabalhar com uma educação centrada no sujeito, Citron alerta que é preciso descompartimentar a formação de professores, não é de maneira nenhuma renunciar ao saber, mas sim remodelar, reconstruir, isso requer um alargamento na concepção do papel educativo e uma nova forma de conceber o espaço escolar.

OS LUGARES DE MEMÓRIA

Discutir a necessidade de preservação patrimonial pode levar os alunos a uma consciência de que os lugares da memória podem ser definidos pela comunidade como um todo, e que não é a perspectiva temporal que vai definir o que deve ser preservado, não é simplesmente identificar os lugares mais antigos para considerá-los lugares de memória. Essa memória pode ser construída pela seleção de “alguns lugares da memória” como, por exemplo, associações e grupos culturais, um monumento natural, artesanato, fatos, eventos, lendas, lugar público de destaque, monumento dentre outros. “Os lugares da memória são, antes de tudo, restos. A forma extrema onde subsiste uma consciência comemorativa numa história que a chama, porque ela a ignora. Uma forma de entrar em contato com o passado é aprender que as ruas ou campos em torno de uma casa ou escola eram diferentes, antes que determinados grupos tivessem ali chegado; outra forma bem diferente é ter esse conhecimento por meio de lembranças do passado, vivas ainda na memória dos mais velhos do lugar, da afetividade deles por aqueles campos, dos vizinhos e casas em determinada rua, do trabalho em determinada loja” (THOMPSON, 1992, p. 30).

O ensino de História teve sua trajetória pautada na memorização e repetição oral dos textos escritos, comprometido com o civismo e uma moral religiosa, com a finalidade de perpetuar a história dos “heróis” da classe dominante, deixando no anonimato outros sujeitos que construíram o cotidiano das relações socioculturais, econômicas e políticas. Mais recentemente, com outros olhares, novos caminhos têm sido trilhados no sentido de tornar a História uma ciência e uma disciplina escolar próxima das realidades nunca estudadas, privilegiando o lócus de vivência do aluno, com o eixo temático História Local, contribuindo para uma aproximação prazerosa do aluno com este campo do conhecimento. Apesar dessa nova concepção metodológica da História, o ensino dessa disciplina nas primeiras séries do Ensino Fundamental tem revelado os resquícios da cultura historiográfica ainda centrada num paradigma conservador, observado através de pesquisas de que os professores que atuam nessa modalidade de ensino trabalham os conteúdos de História de forma fragmentada, baseada numa concepção de História cronológica. Por conta dessa inegável realidade, a história brasileira, muitas vezes, contou a história vista de cima, oficializada, valorizando grandes feitos praticados pelos heróis nacionais reconhecidos pela classe dominante.





A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA


A Matemática (do grego máthema (µ???µa): ciência, conhecimento, aprendizagem; mathematikós (µa??µat????): apreciador do conhecimento) é a ciência do raciocínio lógico e abstrato. Ela envolve uma permanente procura da verdade. É rigorosa e precisa. Embora muitas teorias descobertas há muitos anos ainda hoje se mantenham válidas e úteis, a Matemática continua permanentemente a modificar-se e a desenvolver-se. Há muito tempo busca-se um consenso quanto à definição do que é a Matemática. No entanto, nas últimas décadas do século XX tomou forma uma definição que tem ampla aceitação entre os matemáticos: matemática é a ciência das regularidades (padrões). Segundo essa definição, o trabalho do matemático consiste em examinar padrões abstratos, tanto reais como imaginários, visuais ou mentais. Ou seja, os matemáticos procuram regularidades nos números, no espaço, na ciência e na imaginação e as teorias matemáticas tentam explicar as relações entre elas.

A história da matemática conta a evolução da matemática e investiga as origens das descobertas matemáticas, assim como dos métodos matemáticos e das notações antigas. A história da matemática começa com a Idade Antiga. Poucos milênios a.C. a inteligência humana se desenvolveu mais, e a necessidade de uma ciência complicada para resolver desde os mais simples problemas até grandes vendas também. Os grandes matemáticos surgiram antes de Cristo e depois de Cristo, inventando novas fórmulas, soluções e cálculos. A inteligência do homem era algo tão magnífico, que a Matemática evoluiu mais rápido do que as próprias conclusões e provas matemáticas do homem. Adição, subtração, multiplicação, divisão, raiz quadrada, potência, frações, razões, equações, inequações, termos, leis, conjuntos, etc, todos esses princípios e centenas de milhares de outros estavam dentro da ciência complexa, difícil, explicável e lógica que se chamava Matemática.Os primeiros grandes astrônomos e filósofos deram o essencial a essa complexidade. Vários povos se destacaram: os egípcios, os sumérios, os babilônios e os gregos. Grandes mentes surgiram e inventaram outros princípios mais complexos e mais difíceis.

A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA E O HOMEM

Matemática é uma ciência que foi criada a fim de contar e resolver problemas com uma razão de existirem. Teorias das mais complexas contadas pelos matemáticos mais extraordinários sobrevoaram a mente humana de como a Matemática foi criada. Essa ciência difícil e com complexidades para o conhecimento humano foi criada a partir dos primeiros seres racionais há milhões de anos do Homo Sapiens. Ela foi criada com o intuito de inventar uma lei sobre todas as quais ela é soberana e determina o possível e o impossível com uma questão de lógica. Essa lógica serviu para os primeiros raciocínios, desde trocas a vendas, de que nossos ancestrais necessitavam. Até mesmo hoje, ela supera todas as ciências em necessidade humana, chegando até a superar a necessidade de se comunicar por meio de um idioma compreensível de tal região. A Matemática foi, é, e será uma grande necessidade humana. Nossos ancestrais também necessitavam de conhecimento dentre os quais poderiam se comunicar, comerciar e trocar. Desde aí, os princípios básicos do início da Matemática foram se aperfeiçoando.

O primeiro objeto conhecido que atesta a habilidade de cálculo é o osso de Ishango (uma fíbula de babuíno com riscos que indicam uma contagem), e data de 20.000 anos atrás. O desenvolvimento da matemática permeou as primeiras civilizações, e tornou possível o desenvolvimento de aplicações concretas: o comércio, o manejo de plantações, a medição de terra, a previsão de eventos astronômicos, e por vezes, a realização de rituais religiosos. O estudo de estruturas matemáticas começa com a aritmética dos números naturais e segue com a extração de raízes quadradas e cúbicas, a resolução de algumas equações polinomiais de grau 2, a trigonometria e o cálculo das frações, entre outros tópicos. Tais desenvolvimentos são creditados às civilizações acadiana, babilônica, egípcia, chinesa, ou ainda, àquelas do vale dos hindus. Na civilização grega, a matemática, influenciada pelos trabalhos anteriores, e pelas especulações filosóficas, tornara-se mais abstratas. Os Elementos de Euclides relatam uma parte dos conhecimentos geométricos na Grécia do século III a.C.

Diferentes culturas usavam diferentes sistemas numéricos para nomear os números longos. A extensão dos números grandes era variada em cada cultura. Um ponto interessante em usar números longos é a confusão do número bilhão com mil milhões em muitos países, e o uso de zilhão para denotar um número muito longo onde precisão não é requerida. Os indianos tinham uma paixão por números longos, o que é intimamente relacionado aos seus pensamentos religiosos. No mundo Ocidental, nomes numéricos específicos para números maiores não entraram em uso comum até recentemente. Os gregos antigos usavam um sistema baseado na miríade, que corresponde a dez mil; e o seu maior número com nome foi um miríade, ou 100 milhões. O último em números longos foi, até tempos recentes, o conceito de infinito, um número definido por ser maior que qualquer número finito, e usado na teoria matemática de limites. Contudo, desde o século XIX, matemáticos têm estudado os números transfinitos, números que não são só maiores que qualquer número finito, mas também, do ponto de vista da teoria dos conjuntos, maiores que o conceito tradicional de infinito.

A Matemática surgiu de necessidades básicas, em especial da necessidade econômica de contabilizar diversos tipos de objetos. De forma semelhante, a origem da geometria (do grego geo =terra + metria= medida, ou seja, "medir terra") está intimamente ligada à necessidade de melhorar o sistema de arrecadação de impostos de áreas rurais, e foram os antigos egípcios que deram os primeiros passos para o desenvolvimento da disciplina. Todos os anos o rio Nilo extravasava as margens e inundava o seu delta. Os antigos faraós resolveram passar a nomear funcionários, os agrimensores, cuja tarefa era avaliar os prejuízos das cheias e restabelecer as fronteiras entre as diversas posses. Foi assim que nasceu a geometria. Estes agrimensores, ou esticadores de corda (assim chamados devido aos instrumentos de medida e cordas entrelaçadas concebidas para marcar ângulos retos), acabaram por aprender a determinar as áreas de lotes de terreno dividindo-os em retângulos e triângulos. Acredita-se em geral que a origem da Geometria se situa no Egito, o que é natural, pois para a construção das pirâmides e outros monumentos desta civilização, seriam necessários conhecimentos geométricos

HISTÓRIA DOS NÚMEROS NATURAIS E DO ZERO

Os números naturais tiveram suas origens nas palavras utilizadas para a contagem de objetos, começando com o número um. O primeiro grande avanço na abstração foi o uso de numerais para representar os números. Isto permitiu o desenvolvimento de sistemas para o armazenamento de grandes números. Uma construção consistente do Conjunto dos Números Naturais foi desenvolvida no século XIX por Giuseppe Peano. Essa construção, comumente chamada de Axiomas de Peano, é uma estrutura simples e elegante, servindo como um bom exemplo, de construção de conjuntos numéricos. Um avanço muito posterior na abstração foi o desenvolvimento da ideia do zero como um número com seu próprio numeral. Um dígito zero tem sido utilizado como notação de posição desde cerca de 700 a.C. pelos babilônicos, porém ele nunca foi utilizado como elemento final. Os Olmecas e a civilização Maia utilizaram o zero com um número separado desde o século I a. C., aparentemente desenvolvido independentemente, porém seu uso não se difundiu na Mesoamérica.

HISTÓRIA DO ENSINO DE MATEMÁTICA NO BRASIL

A história do ensino de matemática no Brasil inicia-se no Brasil Colônia, devido às necessidades militares. Com a necessidade de defender seu território, a Coroa Portuguesa necessitava instruir seus militares no Brasil para a construção de fortificações e a artilharia. José Fernandes Pinto Alpoim, um militar português, criou então as primeiras obras do gênero, que envolviam conhecimentos de elementares de aritmética e geometria. Com a Independência do Brasil, houve a necessidade da elite brasileira de criar uma universidade no Brasil, em especial para a criação de cursos jurídicos. Com as discussões sobre a criação, decidiu-se então com o apoio de militares, que havia a necessidade de incluir exames de geometria para o ingresso no curso. Assim, dá-se início a criação de cursinhos preparatórios para o ingresso em cursos superiores. Na década de 1960, surge com força o movimento da Matemática moderna, baseando o ensino de matemática na formalidade e no rigor.

Podem atuar na área profissionais com curso de graduação em matemática, com ou sem curso de especialização, pertencentes ao quadro de pessoal permanente das instituições públicas de ensino (rede federal de educação profissional e tecnológica, rede estadual de educação profissional e tecnológica e rede municipal de ensino) que já atuaram ou atuam na educação básica, ensino fundamental ou médio. Os profissionais que podem atuar nessa área são: - professores de nível fundamental com formação em matemática; -professores de nível médio com habilitação em matemática; - professores da educação básica com curso de complementação em ensino da matemática;



NÚMERO

Número é um objeto da Matemática usado para descrever quantidade ou medida. O conceito de número provavelmente foi um dos primeiros conceitos matemáticos assimilados pela humanidade no processo de contagem. Para isto, os números naturais eram um bom começo. O trabalho dos matemáticos nos levou a descobrir outros tipos de números. Os números inteiros são uma extensão dos números naturais que incluem os números inteiros negativos. Os números racionais, por sua vez, incluem frações de inteiros. Os números reais são todos os números racionais mais os números irracionais. O conceito de número na sua forma mais simples é claramente abstrato e intuitivo; entretanto, foi objeto de estudo de diversos pensadores. Pitágoras, por exemplo, considerava o número a essência e o princípio de todas as coisas; para Schopenhauer o conceito numérico apresenta-se "como a ciência do tempo puro".



Um número natural é um número inteiro não-negativo (0, 1, 2, 3, ...). Em alguns contextos, número natural é definido como um número inteiro positivo, i.e., o zero não é considerado como um número natural. O uso mais comum deles é a contagem ("Há 4 quadros na parede") ou a ordenação ("Esta é a 2ª maior cidade do país"). Propriedades dos números naturais como, por exemplo, divisibilidade e a distribuição dos números primos, são estudadas na Teoria dos Números. Propriedades que dizem respeito a contagens e combinações são estudadas pela combinatória. Uma construção do conjunto dos número naturais que não depende do conjunto dos números inteiros foi desenvolvida por Giuseppe Peano no século XIX e costuma ser chamada de Axiomática de Peano. Os matemáticos usam (N) para se referir ao conjunto de todos os números naturais. Este conjunto é infinito e contável por definição. Para declarar explicitamente que o zero foi excluído do conjunto, utiliza-se alguma notação mais específica. Os números naturais tiveram suas origens nas palavras utilizadas para a contagem de objetos, começando com o número um.

Notação matemática é uma linguagem cuja grafia e semântica se utiliza dos símbolos matemáticos e da lógica matemática, respectivamente. É com base nessa notação que são construídas as sentenças matemáticas. A maior parte da notação matemática em uso atualmente não havia sido inventada até o século XVI. Antes disso, os matemáticos escreviam tudo em palavras, um processo trabalhoso que limitava as descobertas matemáticas. No século XVIII, Euler foi responsável por muitas das notações em uso atualmente. A notação moderna deixou a matemática muito mais fácil para os profissionais, mas os iniciantes normalmente acham isso desencorajador. Isso é extremamente compreensivo: alguns poucos símbolos contém uma grande quantidade de informação.

Na economia, a teoria dos jogos tem sido usada, segundo para examinar a concorrência e a cooperação dentro de pequenos grupos de empresas. A partir daí, era apenas um pequeno passo até a estratégia. Pesquisadores de administração de estratégia têm procurado tirar proveito da teoria dos jogos, pois ela provê critérios valiosos quando lida com situações que permitem perguntas simples, não fornecendo respostas positivas ou negativas, mas ajuda a examinar, de forma sistemática, várias permutações e combinações de condições que podem alterar a situação

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

A Educação Matemática também chamada de Didática Matemática (em países europeus) é o estudo das relações de ensino e aprendizagem de Matemática. Está na fronteira entre a Matemática, a Pedagogia e a Psicologia. Desde o início do século XX professores de matemática se reúnem para pensar o ensino dessa matéria nas escolas. A partir da década de 50, a Unesco organiza congressos sobre educação matemática. E a partir da década de 70 surge inicialmente na França a didática da matemática enquanto campo para a sistematização dos estudos acerca do ensino da matemática. Os teóricos envolvidos defendiam que cada área de ensino deveria pensar em sua própria didática, reconhecendo que não poderia haver um campo de estudo único que atendesse as especificidades de ensino de cada campo do conhecimento. A organização de campos de pesquisa na área dentro das universidades incentivou a criação de organizações de professores de matemática, que atualmente tem grande influência sobre a elaboração das diretrizes curriculares na área em diversos países.

No antigo Egito, por volta do ano 1000 a.C., o faraó Sesóstris distribuiu algumas terras às margens do rio Nilo para alguns agricultores privilegiados. O privilégio em possuir essas terras era porque todo ano, no mês de julho, as águas do rio inundavam essa região ao longo de suas margens e fertilizava os campos. Porém, era necessário remarcar os terrenos de cada agricultor em setembro, quando as águas baixavam. Os responsáveis por isso mediam os terrenos com cordas nas quais uma unidade de medida estava marcada. Essas cordas eram esticadas e se verificava quantas vezes a tal unidade de medida cabia no terreno, mas é só parar para pensar um pouquinho para descobrir que nem sempre essa medida cabia inteira nos lados do terreno. Esse problema só foi resolvido quando os egípcios criaram um novo número: o número fracionário. Ele era representado com o uso de frações, porém os egípcios só entendiam a fração como uma unidade (ou seja, frações cujo numerador é igual a 1). Só ficou mais fácil trabalhar com as frações quando os hindus criaram o Sistema de Numeração Decimal, quando elas passaram a ser representadas pela razão de dois números naturais. Desde então, as frações foram usadas para a resolução de diversos tipos de problemas matemáticos.

A lógica (do grego clássico logos, que significa palavra, pensamento, ideia, argumento, relato, razão lógica ou princípio lógico), é uma ciência de índole matemática e fortemente ligada à Filosofia. Tradicionalmente, lógica é também a designação para o estudo de sistemas prescritivos de raciocínio, ou seja, sistemas que definem como se "deveria" realmente pensar para não errar, usando a razão, dedutivamente e indutivamente. A forma como as pessoas realmente raciocinam é estudado nas outras áreas, como na psicologia cognitiva. Como ciência, a lógica define a estrutura de declaração e argumento para elaborar fórmulas através das quais estes podem ser codificados. Implícita no estudo da lógica, está a compreensão do que gera um bom argumento e de quais argumentos são falaciosos

A Matemática computacional é uma área da matemática e da computação que, colaborando na solução de problemas de todas as áreas tanto das ciências exatas, quanto de outras áreas quaisquer, trata do desenvolvimento de modelos matemáticos, para o tratamento de problemas complexos, e desenvolvimento de métodos numéricos de obtenção de soluções. No Brasil colabora fortemente com a computação científica; com quatro centros de estudos avançados um na Unifesp (graduação), em São José dos Campos, outro na UFMG (graduação), em Belo Horizonte, na Unicamp (com o curso de matemática aplicada e computacional), em Campinas, e outro na USP de São Carlos. Esta última, em um sentido mais estrito, trata dos aspectos de programação e desenvolvimento de códigos, técnicas de visualização de resultados de processamento numérico, processamento de alto desempenho computacional.

A linguagem matemática pode também ser difícil para os iniciantes. Palavras como ou e apenas têm significados muito mais precisos do que a fala do dia-a-dia.







segunda-feira, 18 de abril de 2011

DIREITO À DIVERSIDADE

DIREITO À DIVERSIDADE


Programa iniciado em 2003, pelo Ministério da Educação - Secretaria de Educação Especial que conta atualmente com a adesão de 144 municípios-polo que atuam como multiplicadores da formação para mais 4.646 municípios da área de abrangência.O objetivo geral do programa é garantir o acesso de todas as crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais ao sistema educacional público, bem como disseminar a política de construção de sistemas educacionais inclusivos e apoiar o processo de implementação nos municípios brasileiros. Objetivos específicos: Subsidiar filosófica e tecnicamente o processo de transformação do sistema educacional brasileiro em um sistema inclusivo; Sensibilizar e envolver a sociedade em geral e a comunidade escolar em particular; Preparar gestores e educadores dos Municípios-pólo para dar continuidade à política de Educação Inclusiva; Preparar gestores e educadores para atuarem como multiplicadores nos Municípios de sua área de abrangência; Desenvolver projetos de formação de gestores e educadores para dar continuidade ao processo de implementação de sistemas educacionais inclusivos.

EU , VOCÊ, TODOS PELA A EDUCAÇÃO

EU , VOCÊ, TODOS PELA A EDUCAÇÃO PÚBLICA DE  QUALIDADE EM SERRA DO RAMALHO.

O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

O PROCESSO NO ENSINO APRENDIZAGEM


A educação escolar tem sido objeto de profundas reflexões e mudanças nas últimas décadas. Estamos em plena época de desconstrução de paradigmas ligados ao sistema tradicional de ensino centrado na figura do mestre como único detentor de conhecimentos científicos e do aluno como mero receptor dessas informações.

Todos sabemos que não há receita pronta no processo de aprendizagem do educando, pois cada um tem o seu tempo, sua forma singular de abstrair o conhecimento, mas nos educadores devemos compartilhar as nossas estratégias metodológicas pois, vale a pena e, se usarmos de criatividade, as sugestões poderão de algum modo contribuir para a tarefa de educar.

Diversas são as teorias que tratam do processo de aprendizagem. Cada uma delas, com as suas especificidades, nomenclatura e todas com o objetivo de subsidiar a prática de profissionais de diferentes áreas do conhecimento ligadas ao universo educacional.

As crianças são naturalmente dispostas a aprender desde muito cedo. Elas apresentam tendências ou inclinação positiva para obter e usar muitos tipos de informação. São particularmente interessadas em conceitos fisiológicos, biológicos, conceitos de causalidade, de números e de linguagem. Chadwick (2002, p. 21).

Jean Piaget, biólogo suíço que durante mais de 50 anos analisou o psiquismo infantil, concluiu que as crianças constroem, ao longo do processo de desenvolvimento, o seu próprio modelo de mundo através de sua ação e do modo pelo qual isto se converte num processo de construção interna, ou seja, de formação de uma estrutura mental em constante expansão correspondente ao mundo exterior.

Conforme a teoria piagetiana, o desenvolvimento é um processo que se desenvolve em etapas seqüenciais para todos os indivíduos; entretanto a cronologia dessas etapas pode ser diferente, ou seja, podemos encontrar três crianças com a mesma idade, por exemplo, com cinco anos, mas em variados níveis de desenvolvimento. Essa diferença pode ser observada em qualquer faixa etária e requer do professor uma atenta observação para que seja possível oferecer à criança o tipo de ensino adequado às suas habilidades.

Nas ultimas décadas vários teóricos educacionais têm apresentados suas teses como solucionadoras do processo que leva ao educando a tomar posse do conhecimento. Apresentando métodos pedagógicos que foram chamadas de tendências pedagógicas que na verdade até conseguiram reduzir a repetência escolar, mas não foram suficientes para melhorar a qualidade do ensino no Brasil que diga se de passagem que a educação brasileira ocupa um dos pores índices no ranking de aprendizagem no cenário mundial.

Os níveis de desenvolvimento seguem padrões determinados biologicamente, portanto devem ser respeitados pelos educadores, uma vez que estabelecem “limites” ao que uma pessoa pode aprender em cada etapa. Por outro lado, é possível ensinar a crianças de qualquer idade ou nível muitos conceitos, inclusive habilidades mais complexas, desde que sejam encontradas formas adequadas que lhes permitam estruturar esses conceitos e habilidades. Sendo assim, os níveis de desenvolvimento determinam as formas e níveis de abstração em que a aprendizagem acontece.

Em sua maioria, os alunos do ensino fundamental – dos 7 aos 15 anos – estão em processo de evolução de um estágio onde veem o mundo de forma concreta<!--[if !supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]--> para outro em que desenvolvem capacidades intelectuais para pensar o mundo e compreendê-lo de forma mais abstrata.

Os professores devem observar essas diferenças para que possam ajustar as formas de apresentação de novas informações e aumentar a probabilidade de aprendizagem de seus alunos, à medida que diversificam as suas estratégias de ensino.

Cabe aos professores incentivar o processamento das novas informações de forma mais pausada, para que os alunos se habituem a recuperar os dados que já possuem de forma reflexiva; acostumem-se a parar um pouco, preparem-se para responder, examinem a pergunta com mais cuidado para certificarem-se de que a entenderam. Não se trata de uma tentativa de mudar o estilo de aprender de cada um, mas de criar estratégias de aprendizagem baseadas na reflexão, no pensamento organizado.

Assim como os estilos, as pessoas têm ritmos diferentes para aprender. Umas precisam de mais tempo do que outras. Até um mesmo aluno pode necessitar de mais tempo para aprender determinadas disciplinas ou um tema de disciplina específica.

No modelo tradicional de aula expositiva, tudo era feito ao mesmo tempo e da mesma forma para todos os alunos. Ao apresentar atividades variadas, trabalhos individuais, em duplas ou em grupos, o professor contempla os diferentes ritmos de aprendizagem de seus aprendizes, já que cada um conseguirá finalizar o trabalho proposto de acordo com as suas próprias habilidades.

Uma vez que a mesma informação é tratada de maneiras diferentes pelas pessoas, é preciso adotar formas variadas de ensinar. Mudando a forma de apresentação, pode-se mudar o ritmo. Como o tempo dos alunos na escola é limitado, mais eficaz para a aprendizagem, além variar as formas de apresentação das informações, é fundamental dar estrutura, apoio, ensinar o mesmo conteúdo de formas diferentes, favorecendo mesmo os que precisam de mais tempo para aprender. O ideal seria que os currículos fossem organizados de maneira que todos os alunos pudessem alcançar seus objetivos dentro do espaço determinado pelo ano letivo. O grande desafio consiste em adotar estratégias que contemplem a totalidade dos alunos, sem desestimular os mais lentos, nem deixar os mais rápidos sem atenção.

“O que o professor faz na sala de aula depende, fundamentalmente, de suas crenças a respeito de como os alunos aprendem”, ressaltam Oliveira e Chadwick (2002, p. 265.). O conhecimento que o professor tem sobre os saberes de seus alunos e sobre suas formas de aprender são determinantes para a definição de como ensinar.

A escolarização é um processo que transcende os limites da sala de aula, estendendo-se a muitas outras atividades que acontecem na escola e que também transmitem conhecimentos, valores e atitudes considerados importantes. A própria sala de aula tem passado por significativas mudanças em sua dinâmica, à medida que os conhecimentos sobre como as pessoas aprendem e as tecnologias disponíveis para a promoção desse conhecimento avançam. Por sua vez, o professor deve ficar atento às transformações que vêm ocorrendo dentro e fora da escola, inclusive as relacionadas às novas formas de ensinar, de aprender e, sobretudo, aos novos e mais desafiadores papéis do professor. Uma pesquisa realizada pela UNESCO, em 1998-2000, em mais de 20 países da América Latina, constatou que a variável que mais afeta a aprendizagem dos alunos é o clima da sala de aula. Um ambiente positivo, em que o professor cria uma atmosfera de respeito, ordem, colaboração favorece, e muito, o ato de aprender.

Nós aprendemos de várias formas, mas as duas mais tradicionais e mais usadas para a aprendizagem escolar são ouvir e ler. Embora tenham conhecidas limitações, também possuem enormes virtudes. A maior delas é que são relativamente simples e flexíveis, podendo contemplar um grande número de conhecimentos e tipos de aprendizagem.

Não é por acaso que a maior parte do que aprendemos vem da leitura e do ato de ouvir outras pessoas falarem, contarem histórias, de darem aulas. Podemos aprender de forma consciente ou inconsciente, observando, pensando, ouvindo, lendo, experimentando, por ensaio e erro, ou seja, nem sempre temos a intenção de aprender alguma coisa. Já o ensino é, sempre, intencional e, por isso, precisa ser cuidadosamente planejado e ministrado. Tem por objetivo ajudar o aprendiz a assimilar e estruturar os novos conhecimentos da forma mais eficiente e eficaz.

Ao aluno deve ser dado o direito de aprender. Não um aprender mecânico, repetitivo, de fazer sem saber o que se faz e por que se faz. Muito menos um aprender que se esvazia em brincadeiras. Mas um aprender significativo do qual o aluno participe raciocinando, compreendendo, reelaborando o saber historicamente produzido e superando, assim, sua visão ingênua, fragmentada e parcial da realidade.

A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM

A escola necessita da participação positiva dos pais na vida escolar do aluno e na comunidade. É preciso passar aos filhos suas obrigações familiares e escolares, para que uma vez na escola ele saiba valorizar o que recebe e aprende.

As escolas não estão conseguindo formar dignamente um profissional, tampouco um cidadão. Um cidadão não se forma sozinho, ele passa pela cidadania familiar pela cidadania escolar, daí a importância participativa da família na vida do aluno.

A dificuldade em aprender a ler e escrever nos primeiros anos da educação do educando bate de frente com a escassa participação e compreensão dos pais quando seus filhos têm dificuldades escolares e vê-se que isso tem um fator familiar. É difícil demonstrar aos pais que determinada dificuldade e/ou comportamento do aluno é resultante de algo que acontece em casa e basta uma conversa com a criança que sua situação mudará.

No entanto é necessário que o professor conheça o processo de pensamento do aluno, apresente problemas que lhes pareçam interessantes, o que significa sondar o nível de desenvolvimento da criança para, a partir daí, planejar o ensino.

ESTILOS DE APRENDIZAGEM

As pessoas têm diferentes formas de pensar, de aprender; leem, escutam, estudam de maneiras diversas. Sendo assim, cada aluno desenvolve formas próprias para receber e processar novas informações. Essas diferenças modelam os estilos de aprendizagem. Há pessoas que preferem estudar lendo; outras, ouvindo o professor e outras, ainda, escrevendo. Algumas gostam de pensar por longos períodos de tempo sobre o que estão aprendendo, de maneira a relacionar a nova aprendizagem com o que já sabem a respeito do novo tema. Portanto, as preferências referem-se tanto à forma de receber quanto de processar a informação.

No entanto se faz necessário que o professor conheça o processo de pensamento do aluno, apresente problemas que lhes pareçam interessantes, o que significa sondar o nível de desenvolvimento da criança para, a partir daí, planejar o ensino.

Os professores devem observar essas diferenças para que possam ajustar as formas de apresentação de novas informações e aumentar a probabilidade de aprendizagem de seus alunos, à medida que diversificam as suas estratégias de ensino.

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA

EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA




A Educação Especial é o ramo da Educação, que se ocupa do atendimento e da educação de pessoas com deficiência em instituições especializadas, tais como escola para surdos, escola para cegos ou escolas para atender pessoas com deficiência mental. A educação especial realiza-se fora do sistema regular de ensino. Nesta abordagem, as demais necessidades educativas especiais que não se classificam como deficiência não estão inclusas. A Educação Especial é uma educação organizada para atender especifica e exclusivamente alunos com determinadas necessidades especiais. Algumas escolas dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto que outras se dedicam a vários. O ensino especial tem sido alvo de criticas, por não promover o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças. Por outro lado, a escola direcionada para a educação especial conta com materiais, equipamentos e professores especializados. O sistema regular de ensino precisa ser adaptado e pedagogicamente transformado para atender de forma inclusiva.



ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS




Segundo Pereira e Torres (1998), há milhões de anos, os homens que habitavam a Terra viviam de forma muito diferente da que se vive hoje. Sempre em pequenos bandos, caçavam e pescavam para sobreviver, moravam em cavernas e usavam pedaços de madeira e pedra para se protegerem dos ataques de animais grandes. Os bandos não eram organizados e a comunicação entre eles era bastante primitiva: uivavam e gesticulavam, tendo as mãos como principal instrumento de sobrevivência. Com o aumento da população e a escassez de alimentos, o homem foi modificando o seu modo de viver, buscando em novas formas, mais seguras e eficientes, o suprimento para as suas necessidades. Para que tudo isso acontecesse, a principal modificação foi aperfeiçoar a comunicação entre eles, pois seria complicado organizar estratégias de caça, pesca e outros apenas por ruídos e gestos (mímicas). Então, originou-se a linguagem falada. O homem primitivo, percebendo que a necessidade de sobrevivência era proeminente e por causas externas advindas do meio ambiente (frio intenso), passou muito tempo dentro das cavernas e ali começou a fazer seus primeiros desenhos nas paredes, representando a sua vida diária. São os primeiros passos para o surgimento da escrita. Conforme a necessidade de sobrevivência, a forma da escrita também foi evoluindo, atendendo assim as suas necessidades.

ALFABETIZAÇÃO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

A educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação no Brasil a partir da década de 30, quando finalmente começa a se consolidar um sistema público de educação elementar no país. Neste período, a sociedade brasileira passava por grandes transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos. A oferta de ensino básico gratuito estendia-se consideravelmente, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos. A ampliação da educação elementar foi impulsionada pelo governo federal, que traçava diretrizes educacionais para todo o país, determinando as responsabilidades dos estados e municípios. Tal movimento incluiu também esforços articulados nacionalmente de extensão do ensino elementar aos adultos, especialmente nos anos 40. Com o fim da ditadura de Vargas em 1945, o país vivia a efervescência política da redemocratização. A Segunda Guerra Mundial recém terminara e a ONU — Organização das Nações Unidas — alertava para a urgência de integrar os povos visando à paz e a democracia. Tudo isso contribuiu para que a educação dos adultos ganhasse destaque dentro da preocupação geral com a educação elementar comum. Era urgente a necessidade de aumentar as bases eleitorais para a sustentação do governo central, integrar as massas populacionais de imigração recente e também incrementar a produção.

A CONTRIBUIÇÃO DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE

Além da dimensão social e política, os ideais pedagógicos que se difundiam nos anos 60 do século 20 tinham um forte componente ético, implicando um profundo comprometimento do educador com os educandos. Os analfabetos deveriam ser reconhecidos como homens e mulheres produtivos, que possuíam uma cultura. Dessa perspectiva, Paulo Freire criticou a chamada educação bancária, que considerava o analfabeto pária e ignorante, uma espécie de gaveta vazia onde o educador deveria depositar conhecimento. Tomando o educando como sujeito de sua aprendizagem, Freire propunha uma ação educativa que não negasse sua cultura, mas que a fosse transformando através do diálogo. Na época, ele referia-se a uma consciência ingênua ou intransitiva, herança de uma sociedade fechada, agrária e oligárquica, que deveria ser transformada em consciência crítica, necessária ao engajamento ativo no desenvolvimento político e econômico da nação.

Paulo Freire propunha, antes de entrar no estudo das palavras geradoras, ainda um momento inicial em que o conteúdo do diálogo educativo girava em torno do conceito antropológico de cultura. Utilizando uma série de ilustrações (cartazes ou slides), o educador deveria dirigir uma discussão na qual fosse sendo evidenciado o papel ativo dos homens como produtores de cultura e as diferentes formas de cultura: a cultura letrada e a não letrada, o trabalho, a arte, a religião, os diferentes padrões de comportamento e a sociabilidade. O objetivo era, antes mesmo de iniciar o aprendizado da escrita, levar o educando a assumir-se como sujeito de sua aprendizagem, como ser capaz e responsável. Tratava-se também de ultrapassar uma compreensão mágica da realidade e desmistificar a cultura letrada, na qual o educando estaria se iniciando.

Depois de cumprida essa etapa descrita no tópico anterior, iniciava-se o estudo das palavras geradoras, que também eram apresentadas junto com cartazes contendo imagens referentes às situações existenciais a elas relacionadas. Com cada gravura, desencadeava-se um debate em torno do tema e só então a palavra escrita era analisada em suas partes componentes: as sílabas. Enfim, era apresentado um quadro com as famílias silábicas com as quais os alfabetizandos deveriam montar novas palavras. Com um elenco de dez a vinte palavras geradoras, acreditava-se conseguir alfabetizar um educando em três meses, ainda que num nível rudimentar. Numa etapa posterior, as palavras geradoras seriam substituídas por temas geradores, a partir dos quais os alfabetizandos aprofundariam a análise de seus problemas, preferencialmente já se engajando em atividades comunitárias ou associativas. Nesse período, foram produzidos diversos materiais de alfabetização orientados por esses princípios. Normalmente elaborados regional ou localmente, procurando expressar o universo social dos alfabetizandos, esses materiais continham palavras geradoras acompanhadas de imagens relacionadas a temas para debate, os quadros de descoberta com as sílabas derivadas das palavras, acrescidas de pequenas frases para leitura. O que caracterizava esses materiais era não apenas a referência à realidade imediata dos adultos, mas, principalmente, a intenção de problematizar essa realidade.

EDUCAÇÃO BÁSICA DE JOVENS E ADULTOS

Na década de 80, do século XX, período de reconstrução democrática, muitas experiências de alfabetização ganharam consistência, desenvolvendo os postulados e enriquecendo o modelo da alfabetização conscientizadora dos anos 60. Dificuldades encontradas na prática geravam reflexão e apontavam novas pistas. Um avanço importante dessas experiências mais recentes é a incorporação de uma visão de alfabetização como processo que exige um certo grau de continuidade e sedimentação. Desde os anos 50, eram recorrentes as críticas a campanhas que pretendiam alfabetizar em poucos meses, com perspectivas vagas de continuidade, depois das quais se constatavam altos índices de regressão ao analfabetismo. Os programas mais recentes prevêem um tempo maior, de um, dois ou até três anos dedicados à alfabetização e pós-alfabetização, de modo a garantir que o jovem ou adulto atinja maior domínio dos instrumentos da cultura letrada, para que possa utilizá-los na vida diária ou mesmo prosseguir seus estudos, completando sua escolarização. A alfabetização é crescentemente incorporada a programas mais extensivos de educação básica de jovens e adultos. Essa tendência se reflete nos materiais didáticos produzidos.

Dentro dessa perspectiva de consolidação de uma prática, para a alfabetização inicial, as palavras geradoras com suas imagens codificadoras e quadros de famílias silábicas vêm, em muitos casos, acompanhadas de exercícios complementares; normalmente, exercícios de montar ou completar palavras com sílabas dadas, palavras e frases para ler e associar a imagens, bem como exercícios de coordenação motora. Alguns materiais partem de frases geradoras que, gradativamente, vão compondo pequenos textos. Revela-se uma preocupação crescente de ofertar materiais de leitura adaptados aos neoleitores. Para os níveis de pós-alfabetização, os materiais são mais escassos. Os mais originais são aqueles que aproveitam textos escritos pelos próprios educandos como textos de leitura. A maioria, entretanto, reproduz os livros didáticos utilizados no ensino primário regular, adaptados para uma temática mais adulta. Os textos, sempre simplificados, referem-se ao mundo do trabalho, problemas urbanos, saúde e organização política como temas geradores ou tópicos curriculares de Estudos Sociais e Ciências. Entre as propostas de exercícios de escrita, aparecem os questionários nos quais se solicita a reprodução dos conteúdos dos textos ou se introduzem tópicos gramaticais.

Outra questão metodológica diz respeito ao caráter crítico, problematizador e criativo que se pretende imprimir à educação de adultos. Educadores fortemente identificados com esses princípios da prática educativa conseguem estabelecer uma relação de diálogo e enriquecimento mútuo com seu grupo. Promovem situações de conversa ou debate em que os educandos têm a oportunidade de expressar a riqueza e a originalidade de sua linguagem e de seus saberes; conseguem reconhecer, comparar, julgar, recriar e propor. Entretanto, na passagem para o trabalho específico de leitura e escrita ou matemática, torna-se mais difícil garantir a natureza significativa e construtiva das aprendizagens. Na alfabetização, o exercício mecânico de montagem e desmontagem de palavras e sílabas vai se sobrepondo à construção de significados; os problemas matemáticos dão lugar à memorização dos procedimentos das operações. Muitas vezes, com a intenção de simplificar as mensagens, já que se trata de uma iniciação à cultura letrada, os textos oferecidos para leitura repetem a mesma estrutura e estilo, expondo uma visão unilateral dos temas tratados. Produz-se, assim, uma dissociação entre os momentos de “leitura do mundo”, quando os educandos são chamados a analisar, comparar, elaborar, e os momentos de “leitura da palavra” (ou dos números), quando os educando devem repetir, memorizar e reproduzir.



GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA




A gravidez na adolescência, como o próprio termo já define, consiste na gravidez de uma adolescente. Apesar de que a Organização Mundial de Saúde considere a adolescência como o período de dez a vinte anos na vida de um indivíduo, cada país especifica a idade em que seus cidadãos passam a ser considerados adultos (a chamada maioridade legal) ainda podendo ser influenciado localmente por fatores culturais. Grávidas na adolescência enfrentam muitas das mesmas questões obstetrícias que as das mulheres entre os 20 e 30 anos. A gravidez na adolescência envolve muito mais do que problemas físicos, pois há também problemas emocionais, sociais, entre outros. Uma jovem de 14 anos, por exemplo, não está preparada para cuidar de um bebê, muito menos de uma família. Com isso, entra-se em outra polêmica, o de mães solteiras, por serem muito jovens os rapazes e as moças não assumem um compromisso sério e na maioria dos casos quando surge a gravidez um dos dois abandona a relação sem se importar com as consequências. Por isso o número de mães jovens e solteiras vem crescendo consideravelmente É importante que quando diagnosticada a gravidez a adolescente comece o pré-natal, receba o apoio da família, em especial dos pais, tenha auxílio de um profissional da área de psicologia para trabalhar o emocional dessa adolescente. Dessa forma, ela terá uma gravidez tranquila, terá perspectivas mais positivas em relação a ser mãe, pois muitas entram em depressão por achar que a gravidez significa o fim de sua vida e de sua liberdade.

Ao componente biológico das transformações características da adolescência dá-se o nome de puberdade. A puberdade não é, portanto, sinônimo de adolescência, mas uma parte desta, compreendendo o período desde o aparecimento dos caracteres sexuais secundários (broto mamário, aumento do testículo e/ou desenvolvimento de pêlos pubianos), até o completo desenvolvimento físico e a parada de crescimento. A idade de início da puberdade apresenta ampla variação individual, ocorrendo no sexo feminino mais frequentemente entre 10 e 13 anos e no sexo masculino entre 12 e 14 anos de idade. O processo de crescimento e desenvolvimento da adolescência ocorre em diversos setores do organismo, porém as manifestações mais evidentes e marcantes relacionam-se ao aumento de altura e peso e à maturação sexual. Considera-se como puberdade atrasada a ausência de qualquer característica sexual secundária em meninas a partir dos 13 anos de idade e em meninos a partir dos 14 anos de idade. Já a puberdade precoce pode ser considerada quando o início das características sexuais nas meninas ocorre antes dos 09 anos e nos meninos antes dos 10 anos

A Puberdade é descrita como atrasada quando um garoto ou garota que já passou da idade usual do desabrochar da puberdade não apresenta sinais hormonais de que está começando. A puberdade pode se atrasar por diversos anos e ainda ocorrer normalmente, no caso em que é considerado um atraso normal, uma variação do desenvolvimento físico saudável. O atraso da puberdade pode também ocorrer devido à subnutrição, muitas formas de doenças sistêmicas, ou a defeitos no sistema reprodutor (hipogonadismo) ou na responsividade do corpo aos hormônios sexuais

Puberdade precoce é o desenvolvimento de certos aspectos típicos da puberdade, porém, antes da idade considerada como normal, numa criança com menos de 08 anos (numa menina) ou 09 anos (no caso dos meninos). Pode tanto, ser normal em todo aspecto exceto a idade ocorrida, ou pode significar alguma condição anormal como tumores, por exemplo. Sintomas da puberdade precoce incluem o aparecimento dos seguintes antes da idade normal (08 para as meninas, 09 para os meninos): Desenvolvimento de pêlos púbicos e dos órgãos sexuais; Crescimento dos seios e sangramento vaginal; Crescimento rápido, mas cedo demais, que pode eventualmente diminuir a altura total quando adulto.

A maturação sexual abrange o desenvolvimento das gônadas, órgãos de reprodução e caracteres sexuais secundários. Existe uma ampla variação normal da idade de início e da velocidade de progressão da maturação sexual dentro de uma população. Na maioria das vezes os estágios de maturação sexual ocorrem numa sequência constante. No sexo masculino os sinais de maturação sexual costumam ocorrer na seguinte sequência: aumento dos testículos e da bolsa escrotal (média aos nove e dez anos de idade), crescimento de pelos pubianos (em torno de 11, 13 anos de idade), pelos axilares, pelos sobre o lábio superior, na face e em outras partes do corpo, mudanças da laringe e da voz e crescimento do pênis. A mudança na voz ocorre em média entre 11 a 15 anos de idade.

Masculino: -Primeira ejaculação -Crescimento do pênis e testículos -Aparecimento de pêlos na zona púbica, nas axilas, no rosto e no peito -Crescimento lento e prolongado -"Pomo-de-adão" -Aumento dos ombros -A voz torna-se mais grossa Feminino: -Desenvolvimento das glândulas mamárias -Aparecimento de pêlos na zona púbica e nas axilas -Crescimento rápido e curto -Aumento da bacia (ficando com as ancas mais largas). -Menstruação

ADOLESCÊNCIA

Adolescência é uma das etapas do desenvolvimento humano caracterizada por alterações físicas, psíquicas e sociais, sendo que estas duas últimas recebem interpretações e significados diferentes dependendo da época e da cultura na qual está inserida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, adolescente é o indivíduo que se encontra entre os dez e vinte anos de idade. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece outra faixa etária: dos doze aos dezoito anos. Daniel Sampaio define adolescência como sendo uma etapa do desenvolvimento, que ocorre desde a puberdade à idade adulta, ou seja, desde a altura em que as alterações psicobiológicas iniciam a maturação sexual até a idade em que um sistema de valores e crenças se enquadra numa identidade estabelecida. Os aspectos físicos da adolescência (crescimento, maturação sexual) são os componentes da puberdade, vivenciados de forma semelhante por todos os indivíduos. Quanto às dimensões psicológica e social, estas são vivenciadas de maneira diferente em cada sociedade, em cada geração e em cada família, sendo singulares até mesmo para cada indivíduo.

A busca por uma identidade única é um dos problemas que adolescentes freqUentemente encaram, desafiando autoridades e regras como um caminho para se estabelecerem como indivíduos. Nesse estágio, desportistas e artistas (entre outros) servem como modelos de comportamento e, por esta razão, suas atitudes são bastante criticadas pela sociedade, como numa forma de controle de seus efeitos. Isto não significa, entretanto, que a criação adequada, por pais ou outros tutores, e uma vida inspirada sejam contradições, mas discute-se o quando uma deve ceder lugar à outra. A dualidade entre o amadurecimento do corpo e amadurecimento psicológico, frequentemente causa certa susceptibilidade à instabilidade emocional que pode levar ao consumo de drogas ou álcool, problemas mentais como esquizofrenia ou distúrbios alimentares (como anorexia e bulimia), e a problemas sociais como a gravidez adolescente. Além disso, cientistas da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e do Instituto Nacional de Saúde Mental, ambos nos EUA, descobriram, usando técnicas de ressonância magnética, que cérebros adolescentes mudam drasticamente, inclusive com redução de massa cinzenta e aumento do volume de massa branca, o que poderia explicar boa parte dos desvios mencionados.

GRAVIDEZ

Nos seres humanos, a gravidez também se refere ao estado resultante da fecundação de um óvulo pelo espermatozóide, envolvendo o subsequente desenvolvimento do feto gerado no útero, que dura cerca de 09 meses, até seu nascimento. A idade embriológica da gestação é contada a partir da fecundação do óvulo. No entanto, é praticamente impossível a identificação do momento em que ocorreu a fecundação ou a data correta do coito ou da ovulação. Por isso, convencionou-se contar a idade da gravidez a partir de um marco mais fácil de identificar: o primeiro dia do último período menstrual da mulher. Trata-se da idade obstétrica da gravidez idade gestacional (IG) é definida como o tempo transcorrido entre o primeiro dia da última menstruação (DUM) e a data atual, medido em semanas e dias. A duração da gravidez tendo-se como base a DUM é, em média, de 280 dias ou 40 semanas, 10 meses lunares (de 04 semanas) ou 09 meses solares e 07 dias. É importante lembrar que a duração da gestação varia segundo as características da mãe e do concepto.

ABORTO

Um aborto ou interrupção da gravidez (ver terminologia) é a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero, resultando na sua morte ou sendo por esta causada. Isto pode ocorrer de forma espontânea ou artificial, provocando-se o fim da gestação, e consequentemente o fim da vida do feto, mediante técnicas médicas, cirúrgicas entre outras. Após 180 dias (seis meses) de gestação, quando o feto já é considerado viável, o processo tem a designação médica de parto prematuro. A terminologia "aborto", entretanto, pode continuar a ser utilizada em geral, quando se refere à indução da morte do feto. Através da história, o aborto foi provocado por vários métodos diferentes e seus aspectos morais, éticos, legais e religiosos é objeto de intenso debate em diversas partes do mundo.

PLANEJAMENTO FAMILIAR

Por Planejamento familiar ou Planejamento familiar entende-se como conjunto de ações que têm como finalidade contribuir para a saúde da mulher e da criança e que permitem às mulheres e aos homens escolher quando quer ter um filho, o número de filhos que querem ter e o espaçamento entre o nascimento dos filhos. Existem recomendações da Organização das Nações Unidas no sentido do acesso universal aos serviços de Planejamento Familiar, e de esse serviço ser parte dos Serviços de Saúde Pública. Há métodos contraceptivos para permitir evitar ter uma gravidez indesejada. Exemplos: Pílula, Preservativo, Dispositivo Intra Uterino (DIU), Diafragma, Espermicidas. Há países que fornece o acesso à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) como recurso, pois os métodos contraceptivos não são 100% seguros. A partir da Declaração universal dos direitos humanos de 1948, a comunidade internacional, vem firmando uma série de convenções nas quais são estabelecidos os estatutos comuns de cooperação mútua e mecanismos de controle que garantam um elenco de direitos considerados básicos à vida digna, os chamados direitos humanos. A Conferência Internacional da ONU sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo em 1994, conferiu papel primordial à saúde e aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos, ultrapassando os objetivos puramente demográficos, focalizando-se no desenvolvimento do ser humano.

Controle de natalidade natural se refere a métodos contraceptivos, como, por exemplo, o recurso aos períodos infecundos, que são naturais de modo que eles não dependem de substâncias químicas ou dispositivos médicos de barreira para evitar a gravidez. Este controle é baseado nos ritmos naturais do corpo feminino para regular a fertilidade. Planejamento familiar natural é um termo que se refere aos métodos de planejamento familiar aprovados pela Igreja Católica Apostólica Romana. De acordo com as exigências de comportamento sexual mantidas pela Igreja, o planejamento familiar natural exclui o uso de contraceptivos químicos e mecânicos, nomeadamente a pílula, a esterilização direta e o preservativo. A abstinência sexual periódica e a infertilidade causada pelo aleitamento são os únicos métodos permitidos para a prevenção da gravidez. Para isto se faz a Monitoração da fertilidade que não chega propriamente a ser um método contraceptivo, mas um meio de identificação dos períodos férteis ou inférteis da mulher para se tentar obter ou evitar a gravidez.

O crescimento populacional é uma das conseqUências da gravidez desenfreada na adolescência. O contínuo aumento populacional pode ter várias conseqUências negativas. A mais falada é a questão da escassez de alimentos, mas a verdade é que os alimentos estão mal distribuídos mundialmente, uma vez que nos países desenvolvidos existe um grande problema de saúde por excesso de alimentação (obesidade e problemas cardiovasculares). Com o aumento da população e desenvolvimento dos países aumenta também a poluição produzida, e se já com a população atual os problemas ambientais relacionados com a poluição são muitos, então se deduz que serão muito piores com uma população ainda maior e a produzir cada vez mais desperdícios; este aumento da poluição poderá implicar também a degradação de muitos ecossistemas naturais. O fato de haver cada vez mais gente, para menos área habitável faz também com que comecem a surgir populações que habitam áreas perigosas do planeta, facilmente suscetíveis a catástrofes, além de problemas associados à criação de empregos, meios de habitação, transportes, educação e saúde.

Para tentar conter o elevado aumento populacional já estão tomadas e estudadas certas medidas. É necessária a expansão de serviços de alta qualidade de planejamento familiar e saúde reprodutiva. As gravidezes indesejadas ocorrem quando os casais que não querem ter uma gravidez não usam nenhum método para regular eficazmente a fertilidade. Uma das prioridades de vários governos dos países em vias de desenvolvimento deve ser oferecer aos casais e a pessoas individuais serviços apropriados para evitar tais gravidezes. Deve-se também divulgar mais informação sobre planejamento familiar e aumentar as alternativas de métodos anticoncepcionais, nos casos em que tal seja legal. É também muito importante a conscientização do público sobre os meios existentes para a regulação da fertilidade e o seu valor, da importância da responsabilidade e da segurança na prática de relações sexuais e a localização dos serviços. Deverão ser criadas condições favoráveis para famílias pequenas. Importa também aumentar a escolaridade, especialmente entre as adolescentes. Melhorias na situação econômica, social e jurídica das jovens e das mulheres poderão contribuir para aumentar o seu poder de negociação, conferindo-lhes uma voz mais forte nas decisões relacionadas com os aspectos reprodutivos e produtivos da família.

COMPORTAMENTO SEXUAL HUMANO

O comportamento sexual humano, atualmente, com os avanços das ciências, em especial com o avanço da medicina e da educação sexual a nível escolar e sem as interferências religiosas, está sendo mais orientado para o controle da natalidade, controle da gravidez precoce em adolescentes, planejamento familiar consciente e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. O planejamento familiar é completamente necessário para o bem estar das famílias e para o bom desenvolvimento dos filhos. As grandes proles poderão ser acompanhadas de grandes problemas, seja no aspecto do orçamento econômicofinanceiro das famílias seja no aspecto da educação dessas crianças. É muito mais saudável e recomendável ter poucos filhos bem criados do que ter uma grande prole sofrendo com miséria, desinformação e falta de educação, porque para educar bem também exige dispêndio de recursos financeiros e tempo disponível por parte dos genitores.

O trabalho com gravidez na adolescência pode ser realizado por vários ramos profissionais. Médicos, Psicólogos, Assistentes Sociais, Pedagogos, Professores, etc. Os médicos são fundamentais no cuidado que uma adolescente deve ter durante a gestação. Cuidados com a saúde da mãe e da criança. Devido ao enorme abalo mental que os adolescentes sofrem com a gravidez torna-se indispensável o acompanhamento de um psicólogo que dará todo suporte e consciência da importância de uma gravidez, por mais que esta seja indesejada. Os assistentes sociais e pedagogos podem contribuir muito na orientação sexual de adolescentes. Juntamente com os professores, podem realizar palestras educativas, assim como realizar atividades que visem mostrar aos adolescentes a importância dos preservativos, dos métodos contraceptivos, a fim de evitar uma gravidez precoce. É necessário mostrar as conseqüências e mudanças que uma gravidez nesta faze pode trazer.

No Brasil como no mundo, pesquisas divulgadas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional – USAID mostram dados alarmantes sobre o comportamento dos adolescentes: no tocante à precocidade das relações sexuais, entre 1986 e 1996 dobrou o número de jovens que teve sua primeira relação sexual entre os 15 e os 19 anos; enquanto o número médio de filhos de mulheres adultas vem caindo há décadas, a taxa de fecundidade entre adolescentes está em crescimento constante; anualmente, 14 milhões de adolescentes no mundo tornam-se mães e 10% dos abortos realizados são praticados por mulheres entre 15 e 19 anos. No Brasil, o parto é a primeira causa de internação de adolescentes no sistema público de saúde. Em 1996, 14% das jovens com menos de 15 anos já tinham pelo menos um filho; e de cada 10 mulheres que hoje têm filhos, duas são adolescentes. Dessa forma a área de atuação vem crescendo demasiadamente nos últimos anos, em virtude do descontrolado aumento no número de casos de gravidez na adolescência.







ESCOLA & FAMILIA

A ESCOLA & FAMILIA


Escola pode se referir a uma instituição de ensino ou a uma corrente de pensamento com características padronizadas que formam certas áreas do conhecimento e da produção humana. A palavra vem do grego scholé, que significa lugar do ócio. Na Grécia Antiga, as pessoas que dispunham de condições socioeconômicas e tempo livre, nela se reuniam para pensar e refletir. A escola é um local de ensino onde se aprende várias matérias, entre elas estão: Matemática, Português, Ciências, História, Geografia, Educação Artística, Educação Física, e outras. Os agentes educacionais da escola são o professor, o aluno, o diretor, a comunidade e demais funcionários. Uma vez que na escola os agentes educacionais não aprendem ou ensinam somente as disciplinas escolares, mas também as formas de relação entre as pessoas, podem-se considerar todos os participantes da instituição educacional enquanto agentes educacionais devido a este caráter interrelacional dos indivíduos no cotidiano

FAMILIA?

A família representa um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições. É um grupo de pessoas, ou um número de grupos domésticos ligados por descendência (demonstrada ou estipulada) a partir de um ancestral comum, matrimônio ou adoção. Nesse sentido o termo confunde-se com clã. Dentro de uma família existe sempre algum grau de parentesco. Membros de uma família costumam compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos ascendentes diretos. A família é unida por múltiplos laços capazes de manter os membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as gerações. Pode-se então, definir família como um conjunto invisível de exigências funcionais que organiza a interação dos membros da mesma, considerando-a, igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transacionais. Assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ ou função, havendo diferentes níveis de poder, e onde os comportamentos de um membro afetam e influenciam os outros membros.

A busca de uma boa relação entre família e escola deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a criança. Além disso, a escola também exerce uma função educativa junto aos pais, discutindo, informando, aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos, para que família e escola, em colaboração mútua, possam promover uma educação integral da criança. Desde que as mulheres passaram a ter de trabalhar fora para contribuir com o orçamento doméstico, a escola de educação infantil tornou-se um apoio importante para os pais deixarem a criança durante o dia, ou parte dele. Esse recurso é tão ou mais valorizado que avós ou outros parentes, ou as empregadas e babás para os cuidados com a criança na falta dos pais. Mas como foi justamente essa ausência uma das razões primeiras para levar a criança à escola, muita gente ainda pensa que os professores apenas os substituem.

É preciso que se estabeleça uma sintonia muito fina entre os pais e a escola, na qual a contribuição de cada parte seja acolhida e respeitada em benefício do bem-estar e do crescimento da criança. Infelizmente, em muitas escolas, ainda persiste a visão de que a família não sabe educar, o que é um equívoco. Quando a escola parte desse princípio, impede o diálogo e coloca a família fora do processo. Ela precisa respeitar o conhecimento que os familiares da criança trazem. Para começar, os professores devem procurar conhecer o que pensam e fazem os pais de seus alunos, obter informações sobre a criança, interagir com eles. E tudo isso se faz num contato mais estreito, com uma comunicação quase diária. “Esse relacionamento não deve se limitar a chamar a família para as festinhas da escola”, diz Neide Noffs. Pais e professores também não precisam ficar amarrados ao programa formal de reuniões bimestrais ou semestrais para trocar ideias e informações sobre a criança. Quando se trata de crianças pequenas, essa “troca de figurinhas” precisa ser constante. Como ela ainda não consegue expressar direito suas necessidades e sensações, os adultos que a acompanham, em casa e na escola, é que precisam fazer o intercâmbio de informações.

EDUCAÇÃO COMO DIREITO

A partir da Constituição Federal de 1988, a educação passou a ser um direito da criança assegurado legalmente. Até os seis anos de idade, a frequência às creches e pré-escolas é uma opção dos pais, cabendo ao Estado o dever de oferecer vagas nestes espaços. No Ensino Fundamental, por volta dos sete anos de idade, a educação torna-se obrigatória. O Estado não pode deixar de atender à demanda por vagas de toda a população infantil que nele ingressa e nem os pais podem deixar os filhos sem freqüentar a escola, estando ambos sujeitos à penalidade legal. Isto significa o reconhecimento da criança e do jovem como cidadãos que devem ter os seus direitos assegurados, não só pela família, como também pela sociedade e pelo Estado. Visando regulamentar esses direitos constitucionais é criado, através da Lei n.º 8.069, de 13 de junho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA - que parte do pressuposto de que a criança e o adolescente são cidadãos, independente de sua condição social, concepção que o diferencia fundamentalmente das legislações anteriores voltadas exclusivamente para o atendimento à infância pobre, daqueles considerados em "estado de risco" (Código de Menores de 1927) ou em "situação irregular" (Código de Menores de 1979). O ECA configura-se, portanto, num grande instrumento para efetivação de uma democracia participativa no trato dos interesses das crianças e dos adolescentes.

A Constituição de 1988 ainda traz uma importante inovação: o direito da criança de 0 a 6 anos de idade à educação em creches e pré-escolas. O artigo constitucional nº 208, ressalta que "O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de: (...) IV- atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade". A definição legal aponta para a superação do caráter assistencial, até aqui dominante, e passa a exigir uma atuação efetiva do sistema educacional nas suas diferentes instâncias: federal, estadual e municipal

A LDB - 1996

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. Para esta lei, a diferenciação entre creches e pré-escolas torna-se apenas a faixa etária da criança e a avaliação da criança nesses espaços não tem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental ( Brasil, 1996, Seção II, artigos, 29, 30 e 31). Posta a legislação, surge a primeira questão: se a Educação Infantil é um direito da criança, um dever do Estado e uma opção dos pais, para o direito ser assegurado é necessário haver oferta, para se fazer ou não a opção. A demanda por creches e pré-escolas tem sido cada vez maior, em todas as classes sociais, e a instância pública não tem conseguido atendê-la. Nos municípios cujos habitantes estão mais conscientes dos seus direitos já estão surgindo ações judiciais reivindicando ao Estado a Educação Infantil para as crianças, obrigando a rede municipal a acolhê-las tendo ou não vagas, fato que acontece com mais frequência com as crianças consideradas em situação de risco pelos Conselhos Tutelares. Se o mercado exige melhor equipamento e maior sofisticação, mais cara ainda é a contratação de professores qualificados (e não apenas de recreadores e auxiliares de ensino como foi e ainda é comum), com investimento na formação em serviço dos profissionais, a remuneração digna, incluindo as horas de planejamento e reuniões de grupo e a contratação e a manutenção de coordenadores pedagógicos e diretores competentes.

A PRESENÇA DOS PAIS

A escola, por muito tempo, entendeu a presença dos pais como um certo desconforto. Seja de que lado viesse, a solicitação era entendida como queixa e até como invasão. Hoje, cada vez mais, a participação e a inclusão dos pais se fazem necessária. Incentiva-se a organização de grupos de pais, eles fazem parte dos conselhos escolares, podendo decidir, junto à equipe da escola, de vários assuntos, desde o traçado de prioridades, à alocação de verbas, à promoção de eventos etc. Gradativamente, a presença dos pais e da comunidade está sendo considerada como uma ampliação das possibilidades tanto da escola quanto das famílias.

O PAPEL DOS PROFESSORES

Os professores da rede pública que trabalham com crianças das classes populares têm reclamado muito do acúmulo de funções que estão tendo que exercer. As questões sociais atingem diretamente a escola: Crianças com fome, guardando a merenda para levar para casa, crianças doentes ou com piolho. Há ainda as que sofrem maus tratos, que revezam cadernos e materiais escolares com os irmãos, junto com crianças arrumadinhas, penteadas, falantes, bem nutridas. Algumas dessas crianças, como dizem as professoras, são "quase abandonadas". O quase é a ponta de esperança de professoras que se perguntam: se não fosse o nosso trabalho, o que seria destas crianças? E na outra ponta do "quase" a pergunta insistente, remitente: qual é a função da escola? O que as professoras podem fazer? Têm que dar remédio, merenda antes da hora para aplacar o choro da criança faminta? Comunicar o piolho e receber um pente fino no dia seguinte? Na verdade, os papéis que pais e professores desempenham na primeira infância, na educação e no desenvolvimento da criança, estão muito próximos e devem mesmo ser complementares. Pode-se dizer que a família é o primeiro “ensinante”, pois são os pais que transmitem os valores com os quais desejam formar o filho para a vida.

As crianças aprendem muitas coisas na escola, projetos interessantes são desenvolvidos e a socialização do que foi realizado pelos grupos deve fazer parte do próprio ato educativo. Como por exemplo: exposições de trabalho, apresentação de pesquisas e de dramatizações, feiras de arte, de literatura, de ciências e dos mais diversos saberes. As crianças têm também muita coisa para ensinar aos adultos, é preciso dar a voz a elas. Como os pais sabem sobre o que acontece na escola? Geralmente é através do que os filhos levam para casa como conversas, deveres de casa, desenhos. Mas por que não manter uma correspondência que possa aproximar mais os pais do que está sendo desenvolvido na sala de aula? Outra experiência interessante foi o projeto de empréstimo de livros de literatura na Educação Infantil. Toda sexta-feira, as crianças escolhiam livros de histórias para serem lidos pelos pais em casa e devolvidos na segunda-feira. A atividade não só acabou envolvendo a família toda com a leitura de histórias, como proporcionou momentos de proximidade entre pais e filhos.

Na primeira infância, a aprendizagem e o desenvolvimento estão ligados aos vínculos afetivos e emocionais seguros e verdadeiros que a criança estabelece com quem cuida dela, e que lhe dão segurança. Essas condições são essenciais para introduzir a criança no mundo do conhecimento, da cultura e das regras”, observa a socióloga e doutora em educação Gisela Wajskop, diretora do Instituto Singularidades, que forma professores. De 0 aos 6 anos, a faixa atendida pelas escolas de educação infantil, a tarefa de educar está intimamente ligada aos cuidados que a criança exige, mas não se resume a isso. O tempo todo, com suas atitudes, pais e professores estão educando as crianças. Por isso, é fundamental uma boa parceria entre a família e a escola. E confiança, nessa hora, é importante.

CONTRIBUIÇÕES DE CASA

Muitos pais necessitam de um tempo para conhecer as pessoas que vão trabalhar com a criança, acompanhar as rotinas e atividades das quais ela participará. É preciso que a criança estabeleça um vínculo afetivo com a professora. Assim, sente-se mais estimulada a ir para a escola, a permanecer ali envolvida nas atividades com os coleguinhas, sem sentir falta de uma pessoa da família por perto. Isso não acontece de uma hora para a outra, logo no primeiro dia. Ao notar que o filho conseguiu esse vínculo, a mãe também fica mais calma e segura. Vencida essa delicada etapa, as chances de construir um relacionamento mais proveitoso com a escola são muito maiores, tanto para a criança, quanto para seus pais. Esse tempo de adaptação escolar não é o mesmo para todas as crianças e famílias, e isso também precisa ser respeitado. Normalmente as escolas costumam estipular o prazo de uma semana.

Os pais têm sua cota de responsabilidade na construção de um bom relacionamento com a escola. E isso começa na hora da escolha. Assim como a escola entrevista os pais, eles também precisam entrevistar a escola, para saber se sua linha pedagógica combina com as expectativas que têm a respeito da educação do filho e se suas opiniões serão bem acolhidas pelos professores. Nesse momento, os pais devem esmiuçar cada detalhe. Vale até indagar qual a postura dos professores diante de situações concretas, como quando uma criança morde outra ou quando uma delas abre o berreiro porque o coleguinha não quer brincar com ela, ou porque toma seu brinquedo.

Feita a escolha, os pais não devem baixar guarda. É um equívoco achar, como acontece com alguns pais, que basta entregar o filho na escola, e daí para frente a tarefa de educar é do professor. É preciso ficar de olho em tudo e até mesmo verificar se a escola segue as orientações oficiais para a alfabetização. Esse é um processo amplo, no qual a criança precisa, além da habilidade motora, desenvolver o raciocínio e a linguagem simbólica para escrever. Desde 1996, o MEC obriga as escolas de educação infantil a se credenciarem junto ao sistema público de ensino. Um estudo divulgado pelo IBGE em 2000 revelou, no entanto, que metade das creches brasileiras ainda não tinha providenciado esse credenciamento. O MEC também lançou um referencial curricular com diretrizes detalhadas sobre o atendimento que as escolas de educação infantil devem oferecer, levando-se em conta o estágio de desenvolvimento da criança. De acordo com esse referencial, essas escolas devem buscar o desenvolvimento global da criança. Ajudá-la a se reconhecer como um ser autônomo, a construir sua identidade. Preocupar-se em estimular suas habilidades para pensar, desejar, utilizar diversas linguagens. E propiciar atividades que favoreçam o relacionamento entre as crianças, o ensino do respeito ao outro, a troca de saberes, experiências e afetos. Essas diretrizes, mais o credenciamento junto ao MEC, são medidas que visam melhorar o atendimento pedagógico na faixa de 0 a 6 anos. Observar seu cumprimento é mais um motivo importante para os pais se aproximarem da escola. Seu olhar atento a questões como essas e o diálogo com os professores podem fazer a diferença na qualidade da educação que seu filho receberá lá.

Um dos complicadores dessa relação complementar tem sido a visão dos professores que consideram os pais como amadores em educação. Infelizmente, tem-se observado que a co-responsabilidade educativa das famílias e da creche ou pré-escola orienta-se mais para recíprocas acusações do que por uma busca comum de soluções. Pode-se hipotetizar outros prováveis complicadores: a) a representação que a família tem da educação infantil que, pode estar ligada ao brincar simplesmente, sem intenção educativa ou, ainda, um espaço para cuidar da criança para que a mãe e o pai possam trabalhar; b) a própria identidade da educação infantil que, de alguma forma reforça a representação dos pais, pois culturalmente não se concretizou como um direito educativo da criança; c) a natureza da formação do profissional para atuar na área que, na grande maioria não contempla as especificidades da área e o pressuposto de que o profissional deste nível de ensino não necessita de nível elevado de formação. E acerca do último ponto acima referido: ”Quanto menor a criança, menor é a sua capacidade de defesa e maior a sua dependência. Portanto, maior deveria ser, também, o nível de formação dos profissionais e pessoas com quem ela convive ou das quais depende mais diretamente”. Se não houver por parte da família esta compreensão, o que se espera é que a escola assuma a questão, discuta os complicadores e crie condições para tornar possível a comunicação entre família e escola, a fim de abrir caminhos para que a educação da criança se dê através da complementaridade, em favor do desenvolvimento integral da própria criança, que é com certeza o desejo de todos