O QUE FAZER PARA MELHORAR A EDUCAÇÃO PÚBLICA

EDUCAR É UM ATO DE AMOR!

A EDUCAÇÃO É O PRINCIPAL ANTÍDOTO PARA COMBATER A DESIGUALDADE SOCIAL.
Luiz Rocha

Função da escola

O desafio das escolas comum e especial é o de tornar claro o papel de cada uma, pois uma educação para todos, não nega nenhuma delas. Se os compromissos educacionais dessas não são sobrepostos, nem substituíveis, cabe a escola especial complementar a escola comum, atuando sobre o saber particular que invariavelmente vai determinar e possibilitar a construção do saber universal.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A LÍNGUA DE SINAIS

A LÍNGUA DE SINAIS


A língua de sinais ou língua gestual se refere ao uso de gestos e sinais em vez de sons na comunicação. É muito utilizada como forma de entendimento entre pessoas surdas, mudas e com problemas auditivos. Há várias línguas de sinais em uso por todo o mundo, mas a mais comum é a Língua de Sinais Americana. Algumas línguas de sinais receberam reconhecimento oficial em vários países, e é comum que pessoas usando códigos diferentes possam entender-se num nível básico.

Muitas pessoas pensam que a língua de sinais, em todo o mundo, é igual. Esse pensamento baseia-se em alguns preconceitos ou por desconhecer do assunto: já que a comunicação por gestos é intuitiva e uma vez que não exige aprendizagem, deveria ser a mesma para todos os surdos; já que a comunidade surda, ao redor do mundo, é uma minoria, certamente utiliza um único tipo de comunicação; já que é uma comunicação icônica (uma representação da realidade, por ícones), a sua representação deverá ser a mesma em todo o mundo. No entanto, uma vez que todos estes argumentos partem de premissas erradas, as conclusões são também erradas. Os linguistas que estudaram as diferentes línguas gestuais concluíram que estas apresentavam diferenças consideráveis entre si. Além disso, os surdos sentem as mesmas dificuldades que os ouvintes quando necessitam comunicar com outros que utilizam uma língua diferente. Por isso, cada país terá a sua própria língua gestual. Por exemplo, no Brasil existe a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Da mesma forma que existem línguas faladas oralmente, há uma correspondência a cada língua de sinais falada em diversos países, havendo igualmente variações dentro das mesmas assim como há regionalismos e dialetos em línguas orais. Essas variações se devem a culturas diferentes e influências diversas no sistema de ensino, por exemplo. Há até mesmo uma língua de sinais universal, análoga ao Esperanto, conhecida como Gestuno e usada em convenções e competições internacionais.

Entre as situações em que pessoas sem deficiências relacionadas à visão ou à audição estão, por exemplo, o uso em comunidades na qual falar em certas horas do dia ou situações é tabu ou impossível. Exemplos disso é a comunicação entre mergulhadores e certos rituais de iniciação entre aborígenes australianos, na qual é proibido se falar por um período de tempo. Não se sabe quando as línguas de sinais foram criadas, mas sua origem remonta possivelmente à mesma época ou a épocas anteriores àquelas em que foram sendo desenvolvidas as línguas orais. Uma pista interessante para esta possibilidade das línguas de sinais terem se desenvolvido primeiro que as línguas orais é o fato que o bebê humano desenvolve a coordenação motora dos membros antes de se tornar capaz de coordenar o aparelho fonoarticulatório. As línguas de sinais são criações espontâneas do ser humano e se aprimoram exatamente da mesma forma que as línguas orais. Nenhuma língua é superior ou inferior a outra, cada língua se desenvolve e expande na medida da necessidade de seus usuários.

Também é comum aos ouvintes pressupor que as línguas de sinais sejam versões sinalizadas das línguas orais; por exemplo, muitos acreditam que a LIBRAS é a versão sinalizada do português; que a Língua Americana de Sinais é a versão sinalizada do inglês; que a Língua Japonesa de Sinais é a versão sinalizada do japonês; e assim por diante. No entanto, embora haja semelhanças ou aspectos comuns entre as línguas de sinais, e entre as línguas de sinais e as orais, os chamados “universais linguísticos”, as línguas de sinais são autônomas, possuindo peculiaridades que as distinguem umas das outras e das línguas orais. A língua de sinais é tão natural e tão complexa quanto às línguas orais, dispondo de recursos expressivos suficientes para permitir aos seus usuários expressar-se sobre qualquer assunto, em qualquer situação, domínio do conhecimento e esfera de atividade. Mais importante, ainda: é uma língua adaptada à capacidade de expressão dos surdos. LS é a abreviação de Língua de Sinais.

A difusão do alfabeto dactilológico de uma só mão entre os ouvintes gerou a pressuposição de que esse alfabeto é a própria língua de sinais, que há uma única língua de sinais e que essa língua é universal. No entanto, o alfabeto dactilológico é apenas um suplemento das línguas de sinais, cuja função é a soletração de palavras das línguas orais, tais como, nomes próprios, siglas, empréstimos, etc. De acordo com o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), o alfabeto dactilológico usado atualmente no Brasil é um conjunto de 27 formatos, ou configurações diferentes de uma das mãos, cada configuração correspondendo a uma letra do alfabeto do português escrito, incluindo o “Ç”. É muito aconselhável soletrar devagar, formando as palavras com nitidez. Entre as palavras soletradas, é melhor fazer uma pausa curta ou mover a mão direita para o lado esquerdo, como se estivesse empurrando a palavra já soletrada para o lado. Normalmente o alfabeto manual é utilizado para soletrar os nomes de pessoas, de lugares, de rótulos, etc., e para os vocábulos não existentes na língua de sinais. Os sinais de pontuação, tais como, vírgulas, ponto final e de interrogação, às vezes, são desenhados no ar. Preposições e outras classes de palavras de que a língua não dispõe são inseridas na sinalização por meio da dactilologia, ou do alfabeto manual.

Ao se falar em língua de sinais, está-se a referir à língua materna/natural de uma comunidade de surdos, isto é, uma língua de produção manuo-motora e de recepção visual, com vocabulário e gramática próprios, não dependente da língua oral, usada pela comunidade surda e alguns ouvintes, tais como parentes de surdos, intérpretes, professores e outros. Aspetos comuns: 1. Arbitrariedade: As línguas orais são maioritariamente arbitrárias, não se depreende a palavra simplesmente pela sua representatividade, mas é necessário conhecer o seu significado. A iconicidade encontra-se presente nas línguas de sinais, mais do que nas orais, mas a sua arbitrariedade continua a ser dominante.

A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS)



A língua brasileira de sinais (LIBRAS) é a língua de sinais (língua gestual) usada pela maioria dos surdos brasileiros e reconhecida pela Lei. É derivada tanto de uma língua de sinais autóctone quanto da língua gestual francesa; por isso, é semelhante a outras línguas de sinais da Europa e da América. A LIBRAS não é a simples gestualização da língua portuguesa, e sim uma língua à parte, como comprova o fato de que em Portugual usa-se uma língua de sinais diferente, a língua gestual portuguesa (LGP). Assim como as diversas línguas existentes, ela é composta por níveis linguísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Da mesma forma como nas línguas oral-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais também existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais ou gestos. A única diferença é sua modalidade visioespacial. Sendo assim, para se comunicar em LIBRAS não basta apenas conhecer os sinais; é necessário conhecer a sua gramática para combinar as frases, estabelecendo comunicação. Os sinais surgem da combinação de configurações de mão, movimentos, e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos. Assim, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como qualquer língua, também há diferenças regionais, portanto deve-se ter atenção às variações praticadas em cada unidade da Federação.

Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são feitos. Nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros que formarão os sinais: 1. Configuração das mãos: São formas das mãos que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros, ou esquerda para os canhotos), ou pelas duas mãos. Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDADE, por exemplo, possuem a mesma configuração de mão (com a letra y). A diferença é que cada uma é produzida em um ponto diferente no corpo. 2. Ponto de articulação: é o lugar onde incide a mão predominante configurada, ou seja, local onde é feito o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro. 3. Movimento: Os sinais podem ter um movimento ou não. Por exemplo, os sinais PENSAR e EM-PÉ não têm movimento; já os sinais EVITAR e TRABALHAR possuem movimento.

O fato de que o surdo é um sujeito que produz cultura baseada na experiência visual requer uma educação fundamentada nesta sua diferença cultural. Com isto a Constituição que assegura o direito a diferentes expressões culturais no povo brasileiro, faz antever a necessidade de serem respeitados os direitos culturais dos surdos. Para tanto, já há uma série de legislações em relação à educação do surdo, bem como em outros espaços sociais onde o surdo interage adquirindo o conhecimento, garantindo sua fundamentação cultural. Na sociedade brasileira a legislação sobre os surdos é presente e de forma abundante. Isto faz antever a presença de uma série complexa de legislações que não são para a exclusão, a captura, mas para o pleno direito à diferença. Estas legislações estabelecem alguns fatos obrigatórios, por exemplo, a educação especial, a educação inclusiva que, mesmo não garantindo o acesso à cultura surda, garantem o direito à educação. Mas também há legislação que estabelece o momento de uso pleno do direito cultural de acordo, seja ela Constituição Brasileira, seja com as demais leis educacionais. Estão garantidas no Brasil, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

GARANTIA DE DIREITOS

De acordo com as normas legais em vigor no País, as instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva. O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão do ensino da Língua Brasileira de Sinais nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior.

POLÍTICA DE INCLUSÃO

Está havendo uma política em rumo apelidada de ‘inclusão’, a sociedade começa a perceber a existência de pessoas surdas e procura se organizar para recebê-las de forma adequada e os próprios sujeitos surdos começam a exigir seus espaços, sua representação de diferença cultural linguísticos. A inclusão não ocorre somente nas escolas, pode ocorrer também nos restaurantes, nos shoppings, nos trabalhos, nos órgãos públicos, nas lojas, nas igrejas e em outros ambientes de interação humana.

A Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC) produziu o Dicionário Digital na Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, no formato CD-Rom. Foram distribuídos cerca de 15 mil dicionários para todo o País. Espera-se que cerca de 50 mil estudantes de escolas públicas brasileiras utilizem o material. O CD-Rom apresenta as palavras em movimento na Língua de Sinais. Este produto foi criado para auxiliar a capacitação de professores que irão trabalhar com alunos deficientes auditivos do Ensino Fundamental. Outro material de suporte para o ensinoaprendizagem da LIBRAS é o Dicionário Enciclopédico Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Português, Inglês e Língua de Sinais), elaborado pelo professor Fernando César Capovilla, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (em versão impressa).

A interpretação em línguas de sinais é o meio adequado de possibilitar a participação do surdo na vida social e cultural da comunidade ouvinte, já que a leitura labial e a página impressa têm-se mostrado ineficazes neste sentido. O motivo disso reside no fato de que as línguas de sinais são adaptadas à capacidade de expressão e de percepção de mundo do surdo. Vários surdos têm expressado seu reconhecimento do fato de que necessitam deste tipo de interpretação em diversas situações do seu dia-a-dia



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